São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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TRABALHO

Informação é de sindicatos

Guerra comercial afeta a redução da jornada

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As barreiras comerciais impostas pela Argentina a produtos brasileiros afetaram a discussão sobre a jornada de trabalho no Brasil. A informação é de sindicalistas de duas das seis centrais sindicais -CUT, Força Sindical, CGT, CGTB e CAT- que entregaram ontem abaixo-assinado ao ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, durante encontro em Brasília, pedindo a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais.
Mais de 100 mil assinaturas foram coletadas em todo o país pedindo a diminuição da jornada.
O Ministério do Trabalho anunciou ontem que quer fazer um estudo técnico comparativo sobre a jornada de trabalho na América Latina para discutir a redução da jornada como alternativa à criação de empregos, como reivindica o movimento sindical.
"O ministro ressaltou que a jornada tem de ser comparada a outros países da América Latina, porque a redução, caso ocorra, não pode encarecer o custo do produto brasileiro", afirmou João Carlos Gonçalves, presidente interino da Força Sindical.
"O ministro citou que a jornada semanal argentina é de 48 horas. Nos países que integram o Mercosul, ele destacou que a jornada média é de 44 horas", disse Sérgio Luiz Leite, da Fequimfar (federação que reúne sindicatos dos químicos no Estado de São Paulo).
De acordo com informação publicada no site do Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br), Berzoini foi "receptivo ao pleito das centrais", mas destacou que é preciso debater o assunto principalmente nas microempresas. "Muitas vezes, o dono de uma micro ou pequena empresa é um trabalhador que ficou desempregado e resolveu abrir um negócio para sobreviver. A redução da jornada para ele pode resultar em mais gastos", disse o ministro, segundo o site. Os sindicalistas informaram que a jornada deve ser discutida na pauta do Fórum Nacional do Trabalho, que vai discutir a reforma trabalhista no país.


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