São Paulo, Quinta-feira, 22 de Julho de 1999
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CAPITAL EXTERNO
Previsão de Edward Amadeo, secretário de Política Econômica, é superior à do Fundo Monetário
Investimento direto supera US$ 23 bi

da Sucursal de Brasília

O secretário de Política Econômica, Edward Amadeo, estima que os investimentos no setor produtivo do país deverão superar US$ 23 bilhões neste ano. A cifra é US$ 5 bilhões maior que a prevista pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Amadeo afirmou ainda que o déficit em conta corrente do país neste ano deverá ser "100% coberto pelos investimentos diretos". A conta corrente é o saldo das transações de bens e de serviços do Brasil com outros países e um dos principais indicadores da necessidade de financiamento externo.
O déficit nesse indicador chegou a US$ 12,289 bilhões de janeiro a junho deste ano.
Segundo os dados que Amadeo apresentou, os investimentos diretos somaram US$ 13,99 bilhões no primeiro semestre deste ano, incluindo a injeção de cerca de US$ 5 bilhões obtidos com a privatização de empresas estatais.
Para o segundo semestre, Amadeo calcula que o investimento direto deverá alcançar US$ 1,5 bilhão por mês -a mesma média verificada de janeiro a junho, mas sem contar a venda de estatais.
Ou seja, o total de investimentos diretos de US$ 9 bilhões previstos para o segundo semestre poderá ser superado caso sejam confirmadas as vendas programadas para o período, como a do Banespa e a do complexo hidrelétrico de Furnas.
Segundo Amadeo, a crise argentina não deverá prejudicar os fluxos de investimentos diretos ao Brasil porque eles são orientados por previsões de longo prazo. Acrescentou que essa crise afeta mais a atividade econômica local.
O secretário também apresentou perspectivas otimistas para o desempenho do setor externo em 2000. Uma delas foi o superávit na balança comercial de US$ 9 bilhões a US$ 11 bilhões. O FMI prevê saldo positivo de US$ 9 bilhões.
Outra estimativa para 2000 é a redução da necessidade de financiamento externo por causa da diminuição do déficit em conta corrente e das amortizações da dívida externa pública e privada.
Amadeo prevê que a necessidade de financiamento deverá atingir US$ 52 bilhões a US$ 53 bilhões em 2000: US$ 19 bilhões de déficit em conta corrente mais US$ 33 bilhões a US$ 34 bilhões em amortizações.


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