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INDÚSTRIA
Fabricantes negociaram 26,5% a mais em junho; resultado acumulado do ano ainda é negativo
Venda de eletrodoméstico se recupera
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
As vendas da indústria de eletroeletrônicos apresentaram recuperação em junho e cresceram
26,51% em relação a maio.
Os dados sobre as vendas, divulgado ontem pela Eletros (Associação Nacional de Fabricantes
de Produtos Eletroeletrônicos),
revelam mais um sinal da recuperação econômica gradual do país
observada a partir do segundo trimestre deste ano.
Os resultados divulgados ontem, entretanto, ainda estão longe
dos números obtidos pelos fabricantes de eletroeletrônicos em
anos anteriores, principalmente
no início do Plano Real.
"A economia vem mostrando
sinais de recuperação e a inadimplência do consumidor está diminuindo", afirmou o presidente da
entidade, Paulo Saab.
Com os resultados de junho, o
setor está mais otimista com o segundo semestre, que normalmente concentra 60% das vendas
anuais dos fabricantes.
Em relação a junho do ano passado, as vendas do setor ainda
apresentaram queda, de 8,2%.
Naquele mês, porém, o mercado
foi atípico devido à demanda por
televisores com a Copa do Mundo, distorcendo a base de comparação.
No confronto dos números entre maio deste ano e maio de 98, a
queda do mercado de eletroeletrônicos era maior e chegava a
37%, segundo a Eletros.
No acumulado deste ano, em
comparação com 98, a retração
nas vendas gerais da indústria
chega a quase 30%.
Na linha branca (refrigeradores
e fogões, por exemplo), a queda
das vendas no semestre é menor,
de 12%. No caso dos eletrodomésticos de imagem e som, no entanto, a retração acumulada de janeiro a junho chega a 41%.
Alguns resultados obtidos pela
indústria em junho passado chegaram a surpreender os fabricantes. As vendas de lavadoras automáticas, por exemplo, quase dobraram em relação a maio. Foram
vendidas 123 mil unidades, contra
70,9 mil no mês anterior.
As vendas de lavadoras em junho ficaram 218% acima das registradas no mesmo mês de 98.
"Nesse caso, o crescimento pode ter sido resultado de demanda
reprimida ou de algum tipo de
promoção nos preços ao consumidor", acrescentou o executivo.
Na média dos produtos da linha
branca, o crescimento nas vendas
da indústria no mês passado também foi significativo, de 64%.
As vendas de televisores em cores somaram 350 mil unidades, o
maior volume mensal registrado
até agora neste ano.
Ainda assim, está longe do volume negociado em junho do ano
passado -mais de 600 mil.
No caso dos refrigeradores, as
indústrias venderam 48% a mais
no mês passado. O volume de fogões negociados cresceu 31%.
As indústrias do setor, que presenciaram uma queda drástica do
consumo de eletroeletrônicos, há
cerca de dois anos, estão mais
adaptadas ao atual mercado, segundo o presidente da Eletros.
"As empresas estão ajustadas
nos seus custos e no volume de
produção", disse Saab.
As fábricas do setor, que empregavam cerca de 80 mil trabalhadores no auge do consumo, iniciaram um processo de enxugamento e contam hoje com aproximadamente 51 mil funcionários.
De acordo com o presidente da
Eletros, houve também uma acomodação no varejo de eletrodomésticos, que foi reduzido pela
concordata de algumas redes tradicionais.
Aos poucos, disse Saab, redes de
supermercados foram incorporando os pontos das lojas com
problemas e o canal com o consumidor se reestruturou.
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