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CERVEJA
Para o órgão, AmBev e Kaiser se acusam de práticas que ferem a concorrência, como venda casada
Cade vai investigar guerra publicitária
da Sucursal de Brasília
O Cade (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica) determinou
que sejam investigadas as acusações
mútuas que estão sendo feitas na
guerra publicitária entre as cervejarias Kaiser e AmBev (empresa
formada na fusão entre a Brahma
e a Antarctica).
"As empresas estão se acusando
mutuamente de práticas que ferem a concorrência, como domínio de mercado, vendas casadas e
preços abusivos. Tudo isso precisa ser averiguado", disse Hebe
Romano, relatora do processo de
fusão entre as empresas.
Hebe Romano apresentou no
plenário do Cade anúncio publicado pela Kaiser em jornais do último dia 11 contra a fusão entre a
Brahma e a Antarctica.
Ela grifou trechos dessa peça
que se referiam a uma hipotética
intenção da AmBev de dominar o
mercado de cervejas e os preços
do setor.
A relatora também apresentou
publicidade da AmBev da segunda-feira passada. Nela, a Coca-Cola é apresentada como controladora da Kaiser e é acusada de
prática de preços predatórios
contra refrigerantes fabricados
por pequenas empresas, venda
casada e de usar um só sistema de
distribuição para seus produtos.
O plenário do Cade aprovou
por unanimidade que as peças
publicitárias sejam repassadas à
procuradoria do conselho para
que sejam identificados os artigos
da lei que as empresas estariam
descumprindo, de acordo com as
acusações.
O passo seguinte será enviar a
denúncia para a SDE (Secretaria
de Direito Econômico) do Ministério da Justiça, segundo o presidente do Cade, Gesner Oliveira.
Caberá à SDE abrir uma averiguação preliminar para procurar
juntar eventuais provas que comprovem as acusações feitas pelas
empresas.
Logo após a Brahma e a Antarctica anunciarem a sua fusão, no
início do mês, a Kaiser iniciou
uma campanha publicitária defendendo que a operação seja vetada pelo sistema de defesa da
concorrência.
A AmBev reagiu no início desta
semana, publicando peça intitulada "Por que a Coca-Cola não gosta da AmBev?", afirmando que a
"multinacional verde-amarela"
será uma ameaça contra práticas
anticompetição da Coca-Cola.
Ontem o Cade também analisou outro processo do setor cervejeiro, relativo à associação entre
a Brahma e a Miller, e aplicou
uma multa de R$ 737 mil às duas
empresas, devido a um atraso de
151 dias no cumprimento de uma
decisão anterior do conselho.
Emprego
Representantes da Força Sindical se reuniram ontem com o governador de São Paulo, Mário Covas, para manifestar a preocupação com possíveis demissões decorrentes da fusão entre a Brahma e a Antarctica.
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