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A ÁGUIA POUSOU
Fed reduz taxa em 0,25 ponto percentual, para 3,5% ao ano; George W. Bush diz que desaceleração é "séria e real"
EUA cortam juros pela 7ª vez; taxa é a menor desde 94
DA REDAÇÃO
O Fed não surpreendeu o mercado e reduziu os juros dos EUA
em 0,25 ponto percentual ontem.
A taxa, que agora está em 3,5% ao
ano, é a mais baixa no país desde
1994. A nova redução era bastante
esperada pelo mercado, uma vez
que a economia americana continua em franca desaceleração.
O presidente do Fed, Alan
Greenspan, assim como a maioria
dos americanos, espera que, com
esse corte -o sétimo apenas neste ano-, seja possível inverter o
quadro de semi-estagnação da
economia e impulsionar uma retomada no crescimento.
Os problemas do país ganharam tom ainda mais sombrio com
a declaração de ontem do presidente George W. Bush de que a
desaceleração econômica americana é "séria e real". Em pronunciamento no Estado do Missouri
(sudeste dos EUA), Bush afirmou
que, apesar do ano de retração, o
país terá o segundo maior superávit da história no orçamento. Ele
disse ainda que a sua decisão de
cortar US$ 1,35 bilhão em impostos nos próximos dez anos era necessária para sustentar a economia. "O corte é importante para
garantir nosso crescimento econômico", disse ele.
Há 18 meses os Estados Unidos
vêem diminuir o ritmo de atividade de sua economia, depois de um
período de quase dez anos de expansão. Economistas e governo
norte-americanos estão alarmados com a possibilidade cada vez
mais próxima de uma recessão
real atingir o país.
Demissões em massa aliadas às
constantes quedas na produção
são alguns dos sintomas mais claros do atoleiro em que se encontra a economia americana.
Outros indicadores da atividade
econômica no país, inclusive alguns elaborados pelo próprio Fed
como o Livro Bege, divulgado no
início deste mês, também mostram que os problemas atingem
praticamente todos os setores e
regiões.
Apesar disso, a manutenção dos
gastos da população do país foi o
que manteve os EUA à tona. Segundo o Fed, os americanos continuaram gastando no último mês
e isso foi um alívio. Na opinião do
BC norte-americano, entretanto,
a economia ainda deve passar por
dificuldades. "Os riscos estão,
principalmente, ligados à ocorrência de fatos que possam fragilizar ainda mais a economia em um
futuro previsível", revelou uma
nota divulgada pela instituição.
A maior parte dos economistas
do país acredita que os cortes do
Fed terão grande impacto positivo na economia americana. Para
eles, os cortes e a restituição de
impostos feita pelo governo funcionarão como incentivo para
que a população continue gastando. O consumo pessoal representa cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano.
Varejo
Um indicador divulgado ontem
nos EUA sustentou as declarações
do Fed. De acordo com o instituto
de pesquisa Instinet, as vendas no
varejo cresceram 0,2% nas duas
primeiras semanas de agosto. No
acumulado do ano, as vendas
cresceram 2,5% no país.
Segundo dados do Bank of Tokyo-Mitsubishi, o resultado foi influenciado pela volta às aulas nos
Estados Unidos. A expectativa do
Banco Lehman Brothers de aumento nas vendas dos varejistas
para o mês, entretanto, foi cortada de 1,5% para 1,3%.
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