São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Moeda norte-americana tem alta de 1,23%; Ibovespa cai 1,7% e atinge o nível de novembro de 99

Colado à Argentina, dólar sobe para R$ 2,55

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado brasileiro continua "colado" à Argentina. Ontem, a expectativa a respeito do acordo entre o país vizinho e o FMI (Fundo Monetário Internacional) fez o dólar subir 1,23% e fechar a R$ 2,551, a maior cotação desde o dia 16 do mês passado. O índice Ibovespa caiu 1,7% e ficou nos 12.891 pontos -o menor nível desde novembro de 1999.
À demora no anúncio do acordo, corresponde um ceticismo cada vez maior dos investidores brasileiros. Ontem, a avaliação do mercado era que o anúncio do pacote de ajuda argentino seria seguido de uma série de imposições duras por parte do governo norte-americano e do FMI. As imposições, avalia parte do mercado, podem enfrentar resistência política na Argentina, o que dificultaria a solução da crise.
Técnicos do governo argentino negociam com o FMI há 12 dias, período em que uma série de especulações a respeito da aprovação ou não de um pacote de ajuda ao país mudou o humor dos mercados brasileiro e argentino várias vezes. O resultado da indefinição é que todos os mercados, de juros, câmbio e ações acabam oscilando sem tendência definida.
"O câmbio sofre com essa indefinição. Por enquanto, tudo o que podemos fazer é assistir os eventos na Argentina", diz Miriam Tavares, da corretora AGK.
Ontem, explica Miriam, a cotação do dólar foi puxada por um aumento na procura por hedge -empresas comprando dólar para se proteger de grandes oscilações no câmbio.
A Bovespa continua sofrendo com a indefinição. Ontem, o Ibovespa, termômetro dos negócios na Bolsa paulista, caiu 224 pontos e atingiu seu nível mais baixo desde novembro de 1999. Neste ano, o Ibovespa já caiu 15,5%.
O comportamento dos juros futuros na BM&F mostra como o mercado brasileiro está operando sem tendência definida. Os juros contratados para janeiro do próximo ano caíram no início deste mês para 22,84% (dia 8), subiram para 23,82% (14) e voltaram a cair para 22,98% (20). Ontem, a taxa contratada para janeiro de 2002 era de 23,38%, uma alta de 0,4 ponto percentual.
Os C-Bonds, títulos mais negociados da dívida brasileira, foram novamente "contaminados" pela incerteza que ronda a economia brasileira. Ontem, eles tiveram uma queda de 1,15% em relação a segunda-feira.



Texto Anterior: Salto para a luz: Luz é religada um dia após corte
Próximo Texto: Menos por mais: Até o bronzeador pode estar "maquiado"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.