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MENOS POR MAIS
Procon apura se sardinhas, achocolatados e bronzeadores tiveram redução de peso mantendo o preço
Até o bronzeador pode estar "maquiado"
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Latas de sardinha, achocolatados e até bronzeadores. Esses produtos são os novos alvos das entidades de defesa do consumidor,
que começaram a verificar se há
outros itens chegando às lojas
com peso alterado. Para a Abia,
entidade que representa as empresas de alimentos, já existe um
clima de "denuncismo sem limite". As empresas finalizam hoje
sua estratégia de defesa antes da
reunião com o governo, amanhã,
quando o tema será debatido.
Até o momento, existem no total 16 produtos sendo avaliados
pelo Procon e pelo governo em
São Paulo, segundo levantamento
da Folha. As companhias de papel higiênico e biscoitos, as primeiras a serem acusadas de vender produtos com peso alterado,
começaram ontem a estabelecer
duas linhas de defesas para a reunião que ocorre amanhã com a
SAE (Secretaria de Acompanhamento Econômico), em Brasília.
Elas irão dizer ao governo que
aceitam manter só uma linha padrão (de biscoitos com 200 gramas, por exemplo) com o conteúdo que o consumidor está acostumado. Irão frisar que os produtos
alterados, na realidade, foram
lançamentos e, logo, podem apresentar qualquer quantidade.
E ainda informarão que, se foi
necessário lançar itens com peso
inferior, isso ocorreu devido à forte concorrência nos setores, principalmente biscoitos.
Campanha adiada
Enquanto finalizam estratégias,
as empresas dão outros passos. A
Klabin, fabricante de papel higiênico, já decidiu pelo adiamento de
sua campanha de esclarecimento
ao público, que seria publicada
nos jornais amanhã.
A razão: as companhias acusadas preferem se defender publicamente só após essa reunião com a
secretaria, em Brasília. Isso porque preferem esperar a reação do
governo a respeito de suas posições antes de decidir sobre como
serão as campanhas publicitárias.
Neste mês, a SAE foi comunicada pelo Procon e pelos supermercados que várias empresas estariam fabricando itens com peso
alterado.
O governo está investigando o
caso e levanta duas acusações.
Primeiro, diz que as indústrias
agiram dessa forma sem se preocupar em informar o consumidor. E ainda afirma que a redução
no conteúdo do produto teria sido feita sem uma compensação
ao cliente (como uma queda nos
preços).
Segundo Vera Marta Junqueira,
diretora do Procon, o órgão está
apurando a informação de que os
bronzeadores, a sardinha em lata
e os achocolatados (Nescau e
Ovomaltine, produzidos pela
Nestlé e Novartis, respectivamente) teriam reduzido o conteúdo.
A Abia, entidade que representa
as empresas de alimentos, não
tem se posicionado sobre o assunto, mas seu presidente, Edmundo
Klotz, disse ontem que existe um
clima de "denuncismo sem limite". Para ele, a situação "já saiu de
controle."
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