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Bancos lideram em lucros no 1º semestre
Quatro maiores instituições puxaram bom desempenho, que fez setor ultrapassar o de petróleo como o mais rentável
Juntos, setores bancário, de
petróleo e de mineração
somam mais de 50% dos
ganhos das companhias de
capital aberto do país
YGOR SALLES
DA FOLHA ONLINE
As empresas com ações em
Bolsa tiveram lucro líquido recorde de R$ 65,616 bilhões no
primeiro semestre deste ano,
segundo estudo da consultoria
Economática. O montante é
24,6% superior ao obtido no
mesmo período de 2006, quando as companhias abertas lucraram R$ 51,86 bilhões.
Sozinhos, os bancos foram
responsáveis por R$ 14,522 bilhões, a maior fatia do lucro setorial brasileiro, com participação de 22,5% no total das companhias abertas. No período, o
lucro dos bancos cresceu 15,4%
e passou o do setor de petróleo
e gás, que até o ano passado liderava o desempenho setorial
no país -a participação do setor caiu de 27% para 17,6%.
O número de empresas pesquisadas também encolheu no
período -passou de 356 para
319. A diferença se deve a fusões e aquisições de empresas,
parcialmente anulada pelo processo de abertura de capital.
O desempenho do setor bancário está ligado aos bons resultados dos quatro maiores bancos de capital aberto -Banco
do Brasil, Itaú, Bradesco e Unibanco. Dos quatro, apenas o
Banco do Brasil teve redução
no lucro líquido sobre o ano
passado -explicada pelas receitas extraordinárias da ordem de R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre de 2006. Mesmo assim lucrou R$ 2,5 bilhões.
O Itaú teve lucro líquido de
R$ 4,016 bilhões, alta de 35,7%
em relação à primeira metade
do ano passado; o Bradesco lucrou R$ 4,007 bilhões, alta de
27,9%; e o Unibanco ganhou R$
1,422 bilhão, alta de 33,15%.
"A rentabilidade [dos bancos] teve queda, mas também
houve aumento do crédito no
período, o que explica o lucro
recorde", disse a analista Kelly
Trentin, da corretora SLW.
"Sempre criticaram o setor
bancário por ter seus lucros baseados na política de juros altos. Mas conseguiram manter o
lucro em alta trocando seu foco, passando a dar força na concessão de crédito", disse o economista Flávio Serrano, da corretora López León.
Outros setores
As empresas abertas de petróleo e gás ficaram em segundo lugar na lista, com lucro acumulado de R$ 11,398 bilhões
-17,6% do total. O setor perdeu
a liderança ostentada até o ano
passado devido à queda no preço do petróleo e à desvalorização do dólar. O terceiro lugar
foi para as empresas de mineração, com R$ 10,996 bilhões
-17% do total dos lucros.
Sozinhos, os três primeiros
colocados já representam 51%
do lucro líquido das empresas
de capital aberto, com ganhos
de R$ 36,916 bilhões.
Na análise por empresa, os
bancos perdem espaço. Os dois
maiores lucros individuais são
os da Vale do Rio Doce (R$
10,937 bilhões) e da Petrobras
(R$ 10,931 bilhões), mantendo
a liderança que tinham em
2006. As duas respondem por
16,9% do lucro das 319 empresas pesquisadas e por quase a
totalidade de seus setores
-99,5% e 95,9%, respectivamente.
Um dos mais atingidos pela
valorização do real, o setor têxtil foi o único que apresentou
prejuízo no primeiro semestre
deste ano. As 22 empresas da
área analisadas pela Economática acumularam no período
perdas de R$ 262 milhões. No
primeiro semestre de 2006, o
setor lucrou R$ 11 milhões.
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