São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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Bancos lideram em lucros no 1º semestre

Quatro maiores instituições puxaram bom desempenho, que fez setor ultrapassar o de petróleo como o mais rentável

Juntos, setores bancário, de petróleo e de mineração somam mais de 50% dos ganhos das companhias de capital aberto do país

YGOR SALLES
DA FOLHA ONLINE

As empresas com ações em Bolsa tiveram lucro líquido recorde de R$ 65,616 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo estudo da consultoria Economática. O montante é 24,6% superior ao obtido no mesmo período de 2006, quando as companhias abertas lucraram R$ 51,86 bilhões.
Sozinhos, os bancos foram responsáveis por R$ 14,522 bilhões, a maior fatia do lucro setorial brasileiro, com participação de 22,5% no total das companhias abertas. No período, o lucro dos bancos cresceu 15,4% e passou o do setor de petróleo e gás, que até o ano passado liderava o desempenho setorial no país -a participação do setor caiu de 27% para 17,6%.
O número de empresas pesquisadas também encolheu no período -passou de 356 para 319. A diferença se deve a fusões e aquisições de empresas, parcialmente anulada pelo processo de abertura de capital.
O desempenho do setor bancário está ligado aos bons resultados dos quatro maiores bancos de capital aberto -Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Unibanco. Dos quatro, apenas o Banco do Brasil teve redução no lucro líquido sobre o ano passado -explicada pelas receitas extraordinárias da ordem de R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre de 2006. Mesmo assim lucrou R$ 2,5 bilhões.
O Itaú teve lucro líquido de R$ 4,016 bilhões, alta de 35,7% em relação à primeira metade do ano passado; o Bradesco lucrou R$ 4,007 bilhões, alta de 27,9%; e o Unibanco ganhou R$ 1,422 bilhão, alta de 33,15%.
"A rentabilidade [dos bancos] teve queda, mas também houve aumento do crédito no período, o que explica o lucro recorde", disse a analista Kelly Trentin, da corretora SLW.
"Sempre criticaram o setor bancário por ter seus lucros baseados na política de juros altos. Mas conseguiram manter o lucro em alta trocando seu foco, passando a dar força na concessão de crédito", disse o economista Flávio Serrano, da corretora López León.

Outros setores
As empresas abertas de petróleo e gás ficaram em segundo lugar na lista, com lucro acumulado de R$ 11,398 bilhões -17,6% do total. O setor perdeu a liderança ostentada até o ano passado devido à queda no preço do petróleo e à desvalorização do dólar. O terceiro lugar foi para as empresas de mineração, com R$ 10,996 bilhões -17% do total dos lucros.
Sozinhos, os três primeiros colocados já representam 51% do lucro líquido das empresas de capital aberto, com ganhos de R$ 36,916 bilhões.
Na análise por empresa, os bancos perdem espaço. Os dois maiores lucros individuais são os da Vale do Rio Doce (R$ 10,937 bilhões) e da Petrobras (R$ 10,931 bilhões), mantendo a liderança que tinham em 2006. As duas respondem por 16,9% do lucro das 319 empresas pesquisadas e por quase a totalidade de seus setores -99,5% e 95,9%, respectivamente.
Um dos mais atingidos pela valorização do real, o setor têxtil foi o único que apresentou prejuízo no primeiro semestre deste ano. As 22 empresas da área analisadas pela Economática acumularam no período perdas de R$ 262 milhões. No primeiro semestre de 2006, o setor lucrou R$ 11 milhões.


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