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Plataforma P-54 sai 38% mais cara
Orçamento era de US$ 650 mi, mas valor final ficou em US$ 900 mi; operação começa em outubro
Diretor da Petrobras afirma
que alta no preço é "normal"
para o setor, atualmente
aquecido; prazo previsto foi
estourado em oito meses
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Orçado originalmente em
US$ 650 milhões, o custo final
da plataforma P-54 estourou
em 38% e ficou em US$ 900 milhões. A unidade foi batizada
ontem e começará a operar em
outubro deste ano, no campo
de Roncador, na bacia de Campos, norte do Estado do Rio.
O diretor de Exploração e
Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, disse que o
custo mais elevado é algo natural em toda a indústria de petróleo, que vive um forte aquecimento de preços de bens e
serviços.
O diretor considerou o aumento de custo "aceitável". Estrella acredita que no próximo
ano a escalada dos preços de
serviços e insumos da indústria
petrolífera vá arrefecer.
"Os custos já subiram tanto
que começam a inviabilizar alguns projetos. Isso não deve
continuar", afirmou Estrella.
A P-54 foi construída em três
anos e cinco meses -oito meses a mais do que a projeção inicial. Estrella ressaltou que, apesar da dilatação do prazo, trata-se da menor marca de plataformas desse porte construídas
pela Petrobras.
A P-54 tem capacidade de
produção de 180 mil barris de
óleo por dia, volume a ser alcançado em seis meses após o
início da operação.
Na média internacional, os
prazos de construção são maiores: oscilam de 42 a 56 meses,
segundo a Petrobras.
O presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, disse que
todas as plataformas serão feitas no país, mas "não a qualquer
custo". Na P-54, o índice de nacionalização ficou em 62%.
Ressaltou ainda que a companhia vai "negociar duro" com
a indústria, que tem de responder ao crescimento da demanda de modo competitivo, e com
os governos, para tratar da
questão tributária. "Não podemos pagar custos acima do razoável", disse o presidente da
Petrobras.
Segundo ele, a estatal investirá US$ 65 bilhões em exploração e produção de óleo e gás até
2012 para "garantir a auto-suficiência no longo prazo".
Neste ano, estão previstas
ainda a entrada de mais três
plataformas em atividade, além
da P-54 -juntas, adicionarão
uma produção de 510 mil barris/dia em seis meses, período
quando atingirão o pico de extração.
As unidades vão assegurar
uma produção de óleo de 2 milhões de barris/dia ao final deste ano, segundo Estrella.
Na média do ano, o diretor
prevê uma produção de 1,8 milhão de barris/dia.
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