São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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Plataforma P-54 sai 38% mais cara

Orçamento era de US$ 650 mi, mas valor final ficou em US$ 900 mi; operação começa em outubro

Diretor da Petrobras afirma que alta no preço é "normal" para o setor, atualmente aquecido; prazo previsto foi estourado em oito meses

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Orçado originalmente em US$ 650 milhões, o custo final da plataforma P-54 estourou em 38% e ficou em US$ 900 milhões. A unidade foi batizada ontem e começará a operar em outubro deste ano, no campo de Roncador, na bacia de Campos, norte do Estado do Rio.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, disse que o custo mais elevado é algo natural em toda a indústria de petróleo, que vive um forte aquecimento de preços de bens e serviços.
O diretor considerou o aumento de custo "aceitável". Estrella acredita que no próximo ano a escalada dos preços de serviços e insumos da indústria petrolífera vá arrefecer.
"Os custos já subiram tanto que começam a inviabilizar alguns projetos. Isso não deve continuar", afirmou Estrella.
A P-54 foi construída em três anos e cinco meses -oito meses a mais do que a projeção inicial. Estrella ressaltou que, apesar da dilatação do prazo, trata-se da menor marca de plataformas desse porte construídas pela Petrobras.
A P-54 tem capacidade de produção de 180 mil barris de óleo por dia, volume a ser alcançado em seis meses após o início da operação.
Na média internacional, os prazos de construção são maiores: oscilam de 42 a 56 meses, segundo a Petrobras.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que todas as plataformas serão feitas no país, mas "não a qualquer custo". Na P-54, o índice de nacionalização ficou em 62%.
Ressaltou ainda que a companhia vai "negociar duro" com a indústria, que tem de responder ao crescimento da demanda de modo competitivo, e com os governos, para tratar da questão tributária. "Não podemos pagar custos acima do razoável", disse o presidente da Petrobras.
Segundo ele, a estatal investirá US$ 65 bilhões em exploração e produção de óleo e gás até 2012 para "garantir a auto-suficiência no longo prazo".
Neste ano, estão previstas ainda a entrada de mais três plataformas em atividade, além da P-54 -juntas, adicionarão uma produção de 510 mil barris/dia em seis meses, período quando atingirão o pico de extração.
As unidades vão assegurar uma produção de óleo de 2 milhões de barris/dia ao final deste ano, segundo Estrella.
Na média do ano, o diretor prevê uma produção de 1,8 milhão de barris/dia.


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