DO ENVIADO ESPECIAL A DUBAI

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) criticou ontem, em tom duro, os países ricos por seu protecionismo comercial no setor agrícola. "Essas práticas [protecionistas] são injustas para os consumidores e contribuintes dos países industrializados. Soam como hipocrisia intolerável para os pobres cidadãos do mundo em desenvolvimento."
Em seu discurso, em um dos eventos do encontro do FMI, Palocci usou três vezes o termo frustração e duas vezes desapontamento para se referir a temas relacionados a países desenvolvidos.
Ele concordou com a avaliação de autoridades americanas de que a reunião da Organização Mundial do Comércio em Cancún foi frustrante ao não ter chegado a nenhum resultado. Mas ressaltou que o Brasil não vai deixar de perseguir seu objetivo de tornar concretas as propostas comerciais mais favoráveis aos países exportadores de produtos agrícolas.
De sua parte, o FMI pediu um esforço para que os países industrializados e emergentes retomem as negociações sobre o comércio internacional. Essas negociações fracassaram na reunião da OMC em Cancún, há uma semana.
A comissão que define as políticas do FMI reiterou a "importância crucial de remover obstáculos" e acelerar negociações, uma tentativa de salvar a ""Rodada de Doha" da OMC, que patina. (LS)

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