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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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CAPITAL EXTERNO

Segundo Instituto de Finanças Internacionais, região deve receber US$ 32 bi de recursos estrangeiros

Investimento na AL terá recuperação morna

FERNANDO CANZIAN
DO ENVIADO ESPECIAL A DUBAI

Os investimentos estrangeiros diretos para a América Latina devem ter uma pequena recuperação em 2004, chegando a US$ 32 bilhões. Do total, US$ 10 bilhões devem ser dirigidos ao Brasil.
A maior parte dos recursos deve ser aplicada no país no setor bancário e em empresas de serviços públicos, como telefonia e energia elétrica. As previsões são do IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês) e foram apresentadas ontem em Dubai durante reunião do FMI.
O instituto também previu um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) "sem brilho" -de 0,5%- para o Brasil neste ano. Mas disse acreditar em uma "retomada", com 3,7% de aumento do PIB em 2004.
O IIF afirma que o Brasil tem feito progressos, mas alerta que "maiores desafios" -como a aprovação final das reformas- continuam pendentes.
Os US$ 10 bilhões previstos para o Brasil em investimentos diretos representam o dobro do que o país recebeu entre janeiro e julho deste ano. Desde julho, tem havido uma tendência de aumento nos investimentos diretos ao Brasil, que devem fechar 2003 acima de US$ 10 bilhões. Por essa razão, é possível que o IIF eleve nos próximos meses a previsão para os investimentos em 2004.
Na América Latina como um todo, o IIF prevê para 2004 um aumento de apenas US$ 7 bilhões em investimentos diretos em comparação aos US$ 25 bilhões esperados para este ano.
Já os fluxos totais de capitais privados (de empresas, bancos e investidores em Bolsa) para a região devem atingir, no total, US$ 39,4 bilhões em 2004.
A América Latina vai absorver cerca de 21% do total de investimentos dirigidos aos mercados emergentes mundiais, mas os US$ 39,4 bilhões previstos ficarão 39% abaixo do que a região recebeu em 2001. O valor equivale também a menos da metade do que a Ásia vai receber.
O IIF considera, no entanto, que o resultado é "bastante positivo", levando-se em conta que os países latino-americanos atravessaram um período de crises nos últimos dois anos e meio. "A tendência de aumentos nos fluxos de capital é uma resposta à volta da confiança dos investidores internacionais nas economias emergentes", afirmou Charles Dallara, diretor-gerente do IIF. "Mas é importante agora que os países consolidem essas políticas que vêm gerando o otimismo."
No total, os mercados emergentes mundiais devem receber neste ano US$ 40 bilhões a mais (um total de US$ 162 bilhões) em fluxos de capital em comparação aos valores do ano passado. Para 2004, a previsão é de US$ 186 bilhões.
O presidente do Citibank, William Rhodes, membro do IIF, citou o Brasil como exemplo de país que vem "aproveitando" o momento "para dar passos decisivos no sentido de lançar bases para o crescimento sustentável".
A América Latina deve fechar 2003 com um fraco desempenho. O IIF prevê uma taxa de 0,7% para 2003 e de 3,3% em 2004, quando o Brasil ficaria acima da média, com 3,7%.


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