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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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Snow faz elogios à "habilidade" de Lula e Palocci

DO ENVIADO ESPECIAL A DUBAI

O secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, citou ontem o Brasil como exemplo de país cujo governo tem "liderança e habilidade política" para adotar as medidas necessárias para levar a economia ao crescimento. Disse ainda que o presidente Lula e o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) são "exceções notáveis de liderança" nos dias de hoje.
Em seu discurso durante almoço promovido pelo IIF (em português, Instituto de Finanças Internacionais), um dos eventos paralelos ao encontro anual do FMI (Fundo Monetário Internacional), Snow criticou os países desenvolvidos, numa referência indireta à União Européia e ao Japão, por não adotarem medidas econômicas mais flexíveis que levariam a economia mundial a sair do quadro recessivo e retomar o crescimento.
Foi nesse contexto que Snow citou Lula e Palocci como "notáveis exceções".
O secretário disse que não faltam análises e pessoas capacitadas para perceber os problemas das economias e receitar políticas adequadas aos países. O que falta, afirmou, é a vontade política. "Mas há algumas exceções no mundo, como o ministro Palocci e o presidente Lula, do Brasil: são exceções notáveis de lideranças que escolhem boas políticas e usam habilidade política para implementá-las", disse.
O Brasil recebeu outros elogios. Jacob Frenkel, presidente da Merrill Lynch International, disse que está otimista em relação ao Brasil e "muito impressionado" com as políticas econômicas adotadas pelo governo. "Vocês têm uma equipe econômica extremamente eficiente, como o ministro Palocci e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles", disse.
Ao fazer a apresentação de Palocci no evento do IIF, o presidente mundial do Citibank, William Rhodes, disse que Palocci é médico por formação e também "médico do Brasil", dando a entender que a recuperação da economia do país se deve sobretudo ao ministro.
"Sua visão e liderança tornaram possível estabilizar a economia brasileira e criar fortes fundações para sustentar o crescimento econômico. A resposta do mercado ao Brasil tem sido significativa", disse ele.
Como exemplos, citou a forte queda do risco-país neste ano (de uma sobretaxa de juros acima de 20 pontos percentuais em relação à taxa dos títulos do governo dos Estados Unidos, no ano passado, caiu para a casa de seis pontos nas últimas semanas) e a apreciação do real ante o dólar.
Palocci repetiu ontem a previsão da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o crescimento do Brasil em 2004, de 3,5% do PIB. Disse ainda que o governo irá estudar, nas próximas semanas, o impacto das recentes reduções dos juros feitas pelo Copom.
(LS)

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