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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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VELHO CONHECIDO

Ex-executivo teve papel fundamental na negociação da dívida brasileira na década de 80

John Reed, ex-Citi, assume a Bolsa de NY

DA REDAÇÃO

O conselho de administração da NYSE, a Bolsa de Nova York, nomeou ontem como presidente interino John Reed, que entre 1984 e 1998 foi o principal executivo do Citigroup, maior conglomerado financeiro do mundo.
Reed, 64, assumirá o posto no próximo dia 30 em substituição a Richard Grasso. Este renunciou na última quarta-feira, submergido em um escândalo depois que se tornou público que recebera no mês passado um pacote anual de US$ 139,5 milhões em comissões, benefícios e salários -mesmo legais, eles foram considerados excessivos por fundos de pensão e empresas, que pressionaram pela saída do presidente. Reed declarou que receberá o salário simbólico de US$ 1 para ocupar a função.
Não é exagero afirmar que Reed teve papel fundamental na economia brasileira nos anos 80. Coube a ele conduzir, pelo lado dos credores privados, as negociações com o governo de José Sarney depois do calote da dívida em 1987. À época, o Citicorp era o maior credor privado do país, com US$ 3,9 bilhões em títulos da dívida brasileira.
Reed ingressou no grupo em 1965. Como CEO (executivo mais importante) do Citicorp e do Citibank, participou da fusão com o Travelers Group em 1998. Aposentou-se da companhia em abril de 2000, ao sair derrotado em uma disputa interna de poder com o executivo Sanford Weill e o ex-secretário do Tesouro dos EUA Robert Rubin.
""Minha prioridade será garantir a eficácia do conselho de administração. As reformas que proporemos para a gestão da NYSE são cruciais neste momento", disse em uma conferência telefônica desde a França, onde passa férias. ""Acompanhei crises (de credibilidade) semelhantes a essa que a Bolsa atravessa e sei claramente que não interessam a ninguém", completou. Desde a aposentadoria do Citigroup, dava aulas no MIT e em Princeton. Para assumir o cargo, terá que se afastar do conselho de administração de uma série de empresas.
John Reed afirmou que pretende nomear um presidente permanente para a NYSE ""em meses, e não anos". E sustentou não ser candidato a ficar de forma permanente ao cargo. Antes dele, pelo menos cinco outros nomes declinaram do convite da comissão de recrutamento instalada para encontrar um substituto para Grasso. A direção da Bolsa chegou a cogitar os nomes do megainvestidor Warren Buffet e da ex-secretária de Estado Madeleine Albright.


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