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NACIONALIZAÇÃO DO GÁS
Vice de Morales chama índios às armas e depois se desculpa
DA REDAÇÃO
O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, pediu desculpas por ter convocado a população indígena a
pegar em armas para defender, se necessário, a nacionalização do gás. Ele disse que
era possível que "certas frases simbólicas não fossem as
mais adequadas para o momento". García, no entanto,
não deu sinais de estar arrependido das declarações.
Na terça-feira, durante cerimônia que lembrava os três
anos de conflito em Warisata, García afirmou que, "se
for necessário sair outra vez
à luta, faremos 50, 60 vezes
mais [do que em 2003]. Que
nos ouçam algumas petrolíferas que roubaram o país".
Para defender a "revolução",
disse o vice de Evo Morales,
os índios usarão "peito, mão,
pedras e [fuzis] Mauser".
Ele foi muito criticado pela
oposição por afirmar que foi
naquela localidade onde
"aprendemos a matar". Fernando Messmer, parlamentar do oposicionista Podemos, disse que o vice deveria
revelar "quantos bolivianos
matou". García foi integrante de um grupo guerrilheiro.
Na cidade de Warisata, a
cerca de 100 km de La Paz,
sete pessoas morreram
-cinco camponeses e dois
policiais- durante choque
com o Exército. O episódio
ficou conhecido como a
"Guerra do Gás" e desencadeou a queda, no mês seguinte, do então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada.
O Ministério de Hidrocarbonetos postergou as datas
para que as petrolíferas paguem o adicional de 32 pontos percentuais previsto no
decreto de nacionalização.
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