São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NACIONALIZAÇÃO DO GÁS

Vice de Morales chama índios às armas e depois se desculpa

DA REDAÇÃO

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, pediu desculpas por ter convocado a população indígena a pegar em armas para defender, se necessário, a nacionalização do gás. Ele disse que era possível que "certas frases simbólicas não fossem as mais adequadas para o momento". García, no entanto, não deu sinais de estar arrependido das declarações.
Na terça-feira, durante cerimônia que lembrava os três anos de conflito em Warisata, García afirmou que, "se for necessário sair outra vez à luta, faremos 50, 60 vezes mais [do que em 2003]. Que nos ouçam algumas petrolíferas que roubaram o país". Para defender a "revolução", disse o vice de Evo Morales, os índios usarão "peito, mão, pedras e [fuzis] Mauser".
Ele foi muito criticado pela oposição por afirmar que foi naquela localidade onde "aprendemos a matar". Fernando Messmer, parlamentar do oposicionista Podemos, disse que o vice deveria revelar "quantos bolivianos matou". García foi integrante de um grupo guerrilheiro.
Na cidade de Warisata, a cerca de 100 km de La Paz, sete pessoas morreram -cinco camponeses e dois policiais- durante choque com o Exército. O episódio ficou conhecido como a "Guerra do Gás" e desencadeou a queda, no mês seguinte, do então presidente Gonzalo Sánchez de Lozada.
O Ministério de Hidrocarbonetos postergou as datas para que as petrolíferas paguem o adicional de 32 pontos percentuais previsto no decreto de nacionalização.


Texto Anterior: Mercosul: "Papeleira" espanhola desiste de fábrica perto do rio Uruguai
Próximo Texto: Siderurgia: Vale faz acordo de longo prazo com chinesas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.