São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2000

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Equador se prepara para cortar sociedade

THOMAS TRAUMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Equador se prepara para romper a sociedade com a Vasp na companhia Ecuatoriana de Aviación. A empresa brasileira tem 40% das ações da companhia contra 49,9% do governo, mas mesmo assim controla as operações desde a privatização da Ecuatoriana há seis anos.
A Folha apurou que o governo do Equador trabalha em duas frentes. Na primeira, procura um comprador para a parte da Vasp na sociedade. Na semana passada, foram iniciados contatos com a norte-americana Delta. Já fracassaram negociações com a companhia chilena Lanchile.
A segunda etapa é a abertura de um processo judicial contra a Vasp pelo não-cumprimento dos planos de investimento de privatização.
A Vasp informou que aceita ofertas pela sua parte na Ecuatoriana mas desconhece o descontentamento do governo estrangeiro com a sua gestão.
As relações entre o governo do Equador e a Vasp pioraram nos últimos dois meses, depois que o governo norte-americano ordenou que, por motivos técnicos, fosse suspensa a linha entre Quito e Nova York.
A linha é considerada estratégica para a imagem da empresa em função da colônia equatoriana nos EUA. Duas semanas atrás, 60 passageiros que tinham comprado bilhetes, mas que não puderam embarcar, ocuparam o escritório da empresa em Guayaquil.
A Vasp informou que pretende retomar a linha para Nova York na próxima semana. Também informou que a Ecuatoriana irá abrir novas rotas internas.
O único avião próprio da Ecuatoriana, um DC-10, teve as suas turbinas retiradas e está parado no aeroporto de Quito. Os outros três aparelhos (inclusive o Airbus da Vasp que fazia a rota para os EUA) estão com os pagamentos de leasing atrasados. Em 1999, a Ecuatoriana amargou prejuízo de US$ 2 milhões.
A Ecuatoriana foi adquirida pela Vasp quando o seu dono Wagner Canhedo planejava criar uma grande companhia latino-americana.



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