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CONSUMO
Após fraco desempenho em setembro, lojas esperam avanço de 3% a 4,5%; ano pode registrar alta de 6% sobre 2004
Vendas da 1ª quinzena animam comércio
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi com certo alívio que o comércio de São Paulo recebeu os
dados do desempenho das vendas
na primeira quinzena deste mês
-depois da decepção em setembro. Os resultados mostram, em
relação ao mesmo período de
2004, expansão de 4,4% no volume de consultas ao sistema SCPC
(Serviço Central de Proteção ao
Crédito), termômetro das vendas
a prazo na capital.
No caso do sistema Usecheque,
balizador para as vendas à vista, a
alta foi de 3% no período, um resultado positivo depois do tropeço em setembro, quando a variação foi negativa em 2,5%, segundo informou ontem a Associação
Comercial de São Paulo.
Os sistemas da entidade são um
sinalizador porque toda vez que
uma loja faz uma operação de
venda, ela pode consultar a base
de dados da ACSP para verificar
se o cliente está com a "ficha limpa" ou não.
A tendência é que os números
do mês fechem nesse patamar: altas de 4% a 4,5% no indicador de
vendas a prazo e de 3% no caso
das vendas à vista.
Com isso, especialistas do setor
já afastam o risco de repeteco do
resultado do mês anterior e abre-se a possibilidade de que os planos de pagamento que o varejo
colocou na praça no mês passado,
para tentar vender mais, já estejam surtindo efeito. Lojas lançaram planos de pagamento em até
36 vezes, e até o pagamento da
primeira parcela em dezembro.
"Daqui para a frente há maior
possibilidade de expansão nessa
taxa de crescimento, caso o comércio resolva repassar a queda
na taxa básica de juros ao consumidor. Mas ainda acreditamos
que uma mudança mesmo nos juros terá impacto só no ano que
vem", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.
Para o ano, estima-se que o comércio de São Paulo cresça de 5%
a 6% sobre 2004.
Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu
de 19,5% para 19% a taxa básica
de juros (Selic). Em setembro, ela
já havia caído 0,25 ponto percentual, mas as lojas não repassaram
a queda ao consumidor. A Selic é
um balizador para o mercado.
Dados de inadimplência
Pelos dados da ACSP, na primeira quinzena deste mês o saldo
entre registros recebidos e cancelados de contas em atraso foi de
16,1 mil na capital paulista. O número, que representa um "estoque" de débitos não-pagos, é menor que o de setembro (26 mil),
assim como do de outubro de
2004 (20,3 mil).
Até o momento, os especialistas
não conseguem enxergar razões
que expliquem essa redução do
calote nas primeiras semanas do
mês. Os reajustes salariais de categorias de peso ainda não começaram a ser pagos -eles têm efeito
direto nesse desempenho. A leve
expansão da renda nos últimos
meses pode ajudar a entender a
redução no calote.
Outra explicação possível:
aquela retração do mercado, percebida em setembro, pode ser o
reflexo de um movimento de consumidores mais interessados em
limpar o nome no mês seguinte
-como ocorreu em outubro-
do que em fazer compras.
Pelos dados da ACSP, houve aumento na inadimplência neste
ano. A taxa líquida de inadimplência mensal, desde o início do
ano, é superior à de 2004. Em julho, por exemplo, foi de 4,2%,
contra 3,3% em julho de 2004. Em
agosto, atingiu 4,7% -era de
3,9% no ano anterior. Já em setembro foi para 4,9% (em setembro de 2004, chegou a 4,4%).
A inadimplência líquida é a forma mais completa para se verificar esse resultado porque é a diferença entre entradas e saídas de
contas em atraso dividida pelo
volume total de operações de
compra e venda no varejo.
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