São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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CÚPULA

Vice da empresa na AL diz que Brasil deve se empenhar pelo livre comércio

Nestlé pede economia mais aberta

DO ENVIADO AO RIO

O vice-presidente da Nestlé para a América Latina, o mexicano Carlos Represas, defendeu ontem que o futuro governo aumente o grau de abertura econômica do Brasil e que se empenhe para obter acordos de livre comércio.
"É preciso criar condições de atração de novos investimentos através de um crescente fluxo comercial com o exterior. O Brasil, é sabido, tem ainda um comércio externo muito pequeno para o tamanho da economia", disse ele.
Segundo o executivo, a eleição de um governo de esquerda não provocou mudança nos planos de investimento no mercado local. "A experiência mundial da empresa nos ensinou a respeitar todos os governos", disse Represas.
Segundo ele, a Nestlé manterá a média de investimento de US$ 150 milhões/ano. Em 2001, já desembolsou cerca de US$ 400 milhões no país, mas essa conta considera a aquisição da Garoto.
Represas afirma que, na América Latina, o México serve como paradigma, para a empresa, do que deveria ser feito pelo governo brasileiro -ao menos no campo comercial. "O governo do México realizou profundas reformas macroeconômicas. E grande parte delas relacionadas a uma abertura comercial e de inserção no mercado do Norte", afirmou o mexicano, para quem as crises político-econômicas no continente acabaram por fazê-lo perder visibilidade aos olhos de investidores.
Tanto ele como o presidente da Nestlé brasileira, Ivan Zurita, negaram temer a volta da inflação.
"Consideramos isso uma bolha, não um processo que terá continuidade. Nessa situação, acabamos servindo como condutores porque não temos como evitar repassar os aumentos dos custos", disse Zurita. (JAD).


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