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EM TRANSE
Técnicos vão recomendar a liberação da segunda parcela do socorro
Missão do FMI aprova contas e elogia o aumento nos juros
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) elogiou a decisão do Banco Central de elevar a
taxa básica de juros da economia
e disse que vai recomendar à diretoria da instituição, em Washington, que aprove a avaliação do
programa de ajuda ao país e libere
a segunda parcela de US$ 3 bilhões do empréstimo concedido
ao Brasil em agosto passado, no
total de US$ 30 bilhões.
"A missão terminou as discussões com as autoridades do Brasil
e vai recomendar ao Fundo Monetário que aprove a avaliação do
programa", disse ontem o chefe
da missão do FMI, o economista
argentino Jorge Marquez-Ruarte.
Segundo ele, a diretoria do Fundo vai se reunir na segunda metade de dezembro "para dar sua
aprovação" ao programa, quando
o país deverá ter o direito de sacar
a segunda parcela do empréstimo. A primeira parcela, também
de US$ 3 bilhões, foi liberada em
setembro. A liberação dos outros
US$ 24 bilhões dependerá do
cumprimento das metas trimestrais previstas no acordo.
Indagado sobre quais seriam os
indicadores negativos, Ruarte disse que não havia "números especialmente problemáticos". Afirmou ainda que a "avaliação foi
muito boa".
Ruarte disse ainda que a decisão
do BC de aumentar os juros básicos -subiu de 21% ao ano para
22%- foi "altamente positiva".
"O BC elevou as taxas de juros justamente para evitar que haja inflação", ressaltou.
Objetivos da missão
A missão veio ao Brasil para a
primeira revisão trimestral do
acordo. Os técnicos da missão
chegaram ao país na segunda-feira da semana passada. Desde então, conversaram com os ministros Pedro Malan (Fazenda), Guilherme Dias (Planejamento) e José Cechin (Previdência Social) e
suas respectivas equipes.
Estiveram também com o presidente do BC, Armínio Fraga, diretores da instituição e com integrantes da equipe de transição do
governo eleito. Ao longo das duas
semanas, coletaram dados sobre a
economia brasileira.
A principal meta de desempenho prevista no acordo, que define se o país pode ou não sacar as
parcelas do empréstimo, foi cumprida com folga. O Brasil precisava gerar superávit primário (economia de receitas para o pagamento de juros da dívida) de R$
41 bilhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano. No período, a economia feita pelo país
foi de R$ 47,6 bilhões.
Nesta revisão o FMI não exigiu
aumento da meta de superávit para 2003, equivalente a 3,75% do
PIB. As discussões sobre a necessidade de aumentar ou não a meta
ficaram para fevereiro de 2003,
quando ocorrerá a segunda revisão do acordo, já com a equipe do
presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva.
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