São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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PREÇOS

Segunda prévia deste mês está em 3,86%, a maior desde agosto de 94, diz a FGV; preços no atacado sobem 4,97%

Inflação pelo IGP-M já passa de 19% no ano

Fabiana Beltramin/Folha Imagem
Linha de produção de sabão da Indústrias Razzo, em São Paulo


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A inflação acumulada neste ano até a segunda prévia deste mês do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) está em 19,26%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Nos últimos 12 meses, a taxa chega a 19,52%.
Mais uma vez, a alta do dólar fez com que a inflação batesse recorde: a segunda prévia deste mês apurou taxa de 3,86%. Foi a maior desde agosto de 1994, o segundo mês do Plano Real, quando havia sido de 7,12%.
Segundo a FGV, o IPA (Índice de Preços por Atacado) ficou em 4,97%, também o maior índice desde agosto de 1994. Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), com 2,07%, é o mais alto desde julho de 1995.
Para Salomão Quadros, economista da FGV, estão ocorrendo aumentos de preços em todas as categorias de produtos, embora evite usar a expressão "alta generalizada".
Ele disse que, apesar do recuo do dólar nos últimos dias, muitos produtos acabados (industrializados) têm subido por causa de repasses de aumentos anteriores de matérias-primas. É o caso do pão, que subiu 7,13% ao consumidor, mesmo com o trigo tendo registrado redução de preço.
"Houve uma aceleração da inflação em vários itens. Não dá para negar que os aumentos estão mais generalizados do que antes", disse Quadros.
As pressões mais intensas vieram dos alimentos, tanto no atacado como no varejo. No atacado, a alta da alimentação passou de 4,16% para 10,28%. Os maiores aumentos foram para produtos alimentares, como bovinos, ovos, milho, soja e arroz em casca.
No varejo, a taxa do grupo alimentação mais que triplicou: subiu de 1,09% na segunda prévia de outubro para 3,70% neste mês.
Apesar da aceleração da inflação, Quadros afirmou que algumas matérias-primas registraram queda no IPA, o que indica que pode haver redução da inflação nos produtos que usam esses insumos.
Citou como exemplo o caso do trigo, que havia subido 32,92% na segunda prévia de outubro, e registrou queda de 8,02% no mesmo período deste mês.


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