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GUERRA DOS SEXOS
Mulher ganha US$ 0,79 para cada US$ 1 recebido por homem
EUA "congelam" diferença salarial
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
A diferença na remuneração salarial de homens e mulheres nos
EUA permaneceu praticamente
inalterado ao longo das últimas
duas décadas.
Em 1983, para cada dólar ganho
por um homem, uma mulher recebia US$ 0,80. Em 2000, a proporção era de US$ 0,79 para cada
dólar recebido por um trabalhador norte-americano.
O estudo foi elaborado pelo
GAO, órgão do Congresso norte-americano que faz pesquisas e investigações.
Segundo o estudo, as razões
mais prováveis para a remuneração feminina mais baixa seriam
que, em média, as mulheres teriam menos anos de experiência
que os homens e trabalhariam
menos horas por ano.
"Essas diferenças no padrão de
trabalho conduzem a um aumento da diferença entre salários de
homens e mulheres e sugerem
que as trabalhadoras são punidas
por terem que cumprir uma jornada dupla: em casa e no trabalho", diz trecho do estudo.
Outra disparidade: homens
com filhos parecem ter ganhos salariais em média 2% maiores que
homens sem filhos. Entre as mulheres, entretanto, as que são
mães recebem, em média, 2,5% a
menos que as sem filhos.
O componente de persistente
discriminação no mercado de trabalho também foi mencionado
no documento. "Depois de levar
em conta vários fatores externos,
parece que os homens ainda têm
um bônus anual só por serem homens", declarou Carolyn Maloney, representante parlamentar
de Nova York.
"A diferença nos resultados deve ser provocada por discriminação ou também por escolhas profissionais de mulheres que estão
em carreiras em que a remuneração é mais baixa", diz o relatório.
O estudo foi elaborado a pedido
de Maloney e de John Dingell, representante parlamentar do Estado de Michigan.
A responsável pela elaboração
do documento, Linda Siegal, procura oferecer uma perspectiva
mais otimista para o futuro das
mulheres. "Percebemos que há
tendência de queda desse abismo
salarial", disse. Siegal destacou
que a igualdade da remuneração
entre homens e mulheres deve ser
um processo "gradual e suave".
O relatório teve como objeto de
pesquisa mulheres e homens entre 25 anos e 65 anos nos Estados
Unidos entre 1983 e 2000.
Com os resultados, os parlamentares pretendem criar um
centro de estudos com um banco
de dados sobre a mulher e o mercado de trabalho em alguma universidade pública nos EUA.
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