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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Crise desperta interesse por ativos de Estados e municípios
A crise econômica aumentou
o interesse por investimentos
em ativos de Estados e municípios. Com a instabilidade nos
mercados financeiros, os investidores estão em busca de novas oportunidades. Já os gestores públicos podem procurar
antecipar suas receitas para
compensar a queda na arrecadação provocada pela crise.
A análise é de Alex Agostini,
economista-chefe da Austin
Rating, que fez recentemente
um levantamento dos ativos financeiros -dívida ativa, precatórios e royalties- de 2.127
municípios brasileiros, 26 Estados e o Distrito Federal, a pedido de dois bancos de investimento estrangeiros.
O volume total de ativos registrado foi de R$ 363,2 bilhões.
A dívida ativa representa 86,7%
desse montante -R$ 315 bilhões. Os precatórios somam
R$ 40,8 bilhões em ativos
-74% deles são créditos estaduais. Já os royalties acumulam R$ 7,2 bilhões e quase 60%
deles são créditos municipais.
Segundo Agostini, os entes
públicos podem antecipar essas receitas criando produtos
financeiros com esses ativos
para colocar no mercado. O
economista-chefe da Austin
ressalta que já há casos em que
isso foi feito no Brasil, mas a
modalidade de investimento
não é comum no país.
Para Agostini, esses investimentos, que já recebem a classificação de "investimentos
exóticos" por alguns bancos,
ganham força com os avanços
na qualidade da gestão pública
provocados pela adoção da Lei
de Responsabilidade Fiscal, no
ano 2000.
O economista-chefe da Austin ressalta que os entes públicos que optarem por oferecer
esses ativos aos investidores
precisarão profissionalizar a
gestão pública. "Cada vez mais
a figura do gestor público está
em evidência e a do político em
extinção", afirma.
Municípios como Jundiaí,
São Caetano do Sul e Guarulhos já procuraram a Austin para receber uma avaliação dos
ativos. Para Agostini, o mercado vai selecionar os melhores
ativos para investir. "Haverá
muita seleção. Os investidores
vão querer ficar com o filão."
CERÂMICA
O setor de cerâmica para revestimentos já espera um crescimento menor no próximo ano. A Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos) registrou um crescimento total de 9,3% nas vendas, alavancadas por um aumento de 14% no mercado interno. Mas, para
2009, a expectativa é de uma expansão de apenas 3,6%. "Ao
contrário do que ocorreu em 2008, o setor deve ter um crescimento de cerca de 15% em exportações, em função do
câmbio e de ações de promoção comercial em novos nichos
de mercado. No mercado interno, a projeção é que acompanhemos o PIB nacional, que deve crescer 2%", afirma o superintendente da Anfacer, Antonio Carlos Kieling.
COMPRAS EM VISTA
Marcio Bueno, ex-secretário da Habitação de SP, será consultor especial do escritório Suchodolski Advogados Associados. Ele entra
para fortalecer os serviços
de consultoria jurídica para
compra e venda de empresas
do setor imobiliário.
CIRCULANDO
Paulo Rogério Magalhães
deixou o comando da
GME4, empresa que atua na
área de pesquisa e comercialização de ativos minerais,
para tocar projetos pessoais.
Magalhães foi presidente do
Metrô Rio e dirigiu a Brasil
Telecom.
MALA PRONTA
A Caixa Econômica Federal apresentou os resultados
dos investimentos feitos pelo banco no trade turístico
em 2008. Até novembro
deste ano, foi aplicado R$ 1,3
bilhão, aumento de 45% na
comparação com o mesmo
período do ano passado. No
total do crédito concedido
desde o início da participação da Caixa no Conselho
Nacional do Turismo, em
2003, os recursos ultrapassam R$ 4,4 bilhões. Em relação ao somatório de crédito
concedido pelas instituições
financeiras oficiais, a Caixa
Econômica detém 39% do
setor, um aumento de 17
pontos percentuais em relação ao resultado alcançado
em 2003.
DENTRO DE CASA
Otávio de Magalhães
Coutinho Vieira, diretor
de investimentos da Safdié Private Banking, revisou as estratégias diante
da crise. A Safdié reduziu
os investimentos em fundos multimercados e intensificou a gestão própria das carteiras. Vieira
destaca os investimentos
em ativos atrelados aos
índices de inflação como
um dos focos da empresa
neste ano. Para 2009, a
Safdié está de olho nos títulos pré-fixados de longo
prazo. "O Banco Central
vai derrubar os juros em
algum momento."
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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