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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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61% do endividamento do governo é corrigido pela Selic

Juro maior deverá elevar dívida pública em R$ 1,9 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A elevação dos juros anunciada ontem pelo Banco Central deve provocar um aumento de aproximadamente R$ 1,9 bilhão na dívida pública -o equivalente a aproximadamente 0,13% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse será o custo para o governo caso a nova taxa Selic, de 25,5% ao ano, seja mantida pelos próximos 12 meses.
De acordo com os dados fechados pelo Tesouro Nacional no final de dezembro passado, 60,83% do endividamento do governo federal é corrigido pela taxa Selic. Assim, mesmo uma pequena variação nos juros acaba tendo impacto significativo sobre as contas públicas.
O efeito dos juros sobre a dívida pública, porém, pode ser compensado se for acompanhado por um recuo do dólar.
Em tese, juros mais elevados incentivam os investidores a trocar suas aplicações no mercado de câmbio por títulos de renda fixa. Isso poderia tirar um pouco da pressão sobre a cotação da moeda norte-americana.
Ainda de acordo com o Tesouro, 22,38% dos títulos públicos em circulação atualmente no mercado são corrigidos pela taxa de câmbio.
Em dezembro, por exemplo, o recuo de 2,84% registrado pelo dólar ajudou a fazer com que o tamanho da dívida pública caísse de R$ 631,46 bilhões para R$ 623,19 bilhões.
Além disso, a alta dos juros pode ajudar a reduzir o tamanho da parcela da dívida que é corrigida por índices de preços -cerca de 12,5% do total-, principalmente pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
A ação do Banco Central tem por objetivo, justamente, conter a alta dos preços.


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