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61% do endividamento do governo é corrigido pela Selic
Juro maior deverá elevar dívida pública em R$ 1,9 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A elevação dos juros anunciada
ontem pelo Banco Central deve
provocar um aumento de aproximadamente R$ 1,9 bilhão na dívida pública -o equivalente a
aproximadamente 0,13% do PIB
(Produto Interno Bruto). Esse será o custo para o governo caso a
nova taxa Selic, de 25,5% ao ano,
seja mantida pelos próximos 12
meses.
De acordo com os dados fechados pelo Tesouro Nacional no final de dezembro passado, 60,83%
do endividamento do governo federal é corrigido pela taxa Selic.
Assim, mesmo uma pequena variação nos juros acaba tendo impacto significativo sobre as contas
públicas.
O efeito dos juros sobre a dívida
pública, porém, pode ser compensado se for acompanhado por
um recuo do dólar.
Em tese, juros mais elevados incentivam os investidores a trocar
suas aplicações no mercado de
câmbio por títulos de renda fixa.
Isso poderia tirar um pouco da
pressão sobre a cotação da moeda
norte-americana.
Ainda de acordo com o Tesouro, 22,38% dos títulos públicos em
circulação atualmente no mercado são corrigidos pela taxa de
câmbio.
Em dezembro, por exemplo, o
recuo de 2,84% registrado pelo
dólar ajudou a fazer com que o tamanho da dívida pública caísse de
R$ 631,46 bilhões para R$ 623,19
bilhões.
Além disso, a alta dos juros pode ajudar a reduzir o tamanho da
parcela da dívida que é corrigida
por índices de preços -cerca de
12,5% do total-, principalmente
pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
A ação do Banco Central tem
por objetivo, justamente, conter a
alta dos preços.
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