|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para o deputado, aumento foi simbólico
Meta de inflação "é de pedra", diz Delfim
Patrícia Santos/Folha Imagem
|
O deputado federal Delfim Netto, que apoiou a decisão |
DO PAINEL S.A.
O deputado federal Delfim
Netto (PPB-SP) considerou positiva a decisão de aumento de
juros do Copom. Para ele, foi
uma demonstração de compromisso muito séria do BC
com a meta de 8,5% de inflação
para 2003. "A meta é de pedra."
Folha - O que o sr. achou da decisão do Copom?
Delfim Netto - O aumento dos
juros foi uma demonstração de
compromisso muito séria do
Banco Central com a meta da
inflação. Esse sinal tinha ficado
um pouco esmaecido quando o
Henrique Meirelles disse que a
meta não é de pedra. A meta é
de pedra, sim.
Folha - O aumento dos juros
não sacrifica o crescimento?
Delfim - Há um equívoco
muito grande quando se diz
que uma pequena baixa de juros pode provocar aumento do
crescimento econômico. No
máximo, pode provocar um
efeito de curtíssimo prazo. Em
dois, três ou quatro trimestres a
queda dos juros pode se transformar em inflação. Além disso, num sistema de metas inflacionárias, está embutida uma
relação muito estreita entre
câmbio e juros. Quando o câmbio sobe, os juros vão atrás. A
idéia de que o Banco Central
tem poderes para realizar o
crescimento econômico é falsa.
Também é inteiramente fantástico imaginar que o BC controla o câmbio.
Folha - Mas o aumento não foi
muito pequeno?
Delfim - Foi uma coisa simbólica. O que está acontecendo
agora é um jogo. Um jogo entre
a ação do BC e a expectativa do
setor privado. O setor privado
está um pouco desconfiado.
Cada vez que a inflação foge do
alvo, o BC muda o alvo. O BC
mostrou que o compromisso
com a meta é para valer.
Texto Anterior: Repercussão/Alta dos juros Próximo Texto: Juro maior deverá elevar dívida pública em R$ 1,9 bi Índice
|