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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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Para o deputado, aumento foi simbólico

Meta de inflação "é de pedra", diz Delfim

Patrícia Santos/Folha Imagem
O deputado federal Delfim Netto, que apoiou a decisão


DO PAINEL S.A.

O deputado federal Delfim Netto (PPB-SP) considerou positiva a decisão de aumento de juros do Copom. Para ele, foi uma demonstração de compromisso muito séria do BC com a meta de 8,5% de inflação para 2003. "A meta é de pedra."

Folha - O que o sr. achou da decisão do Copom?
Delfim Netto -
O aumento dos juros foi uma demonstração de compromisso muito séria do Banco Central com a meta da inflação. Esse sinal tinha ficado um pouco esmaecido quando o Henrique Meirelles disse que a meta não é de pedra. A meta é de pedra, sim.

Folha - O aumento dos juros não sacrifica o crescimento?
Delfim -
Há um equívoco muito grande quando se diz que uma pequena baixa de juros pode provocar aumento do crescimento econômico. No máximo, pode provocar um efeito de curtíssimo prazo. Em dois, três ou quatro trimestres a queda dos juros pode se transformar em inflação. Além disso, num sistema de metas inflacionárias, está embutida uma relação muito estreita entre câmbio e juros. Quando o câmbio sobe, os juros vão atrás. A idéia de que o Banco Central tem poderes para realizar o crescimento econômico é falsa. Também é inteiramente fantástico imaginar que o BC controla o câmbio.

Folha - Mas o aumento não foi muito pequeno?
Delfim -
Foi uma coisa simbólica. O que está acontecendo agora é um jogo. Um jogo entre a ação do BC e a expectativa do setor privado. O setor privado está um pouco desconfiado. Cada vez que a inflação foge do alvo, o BC muda o alvo. O BC mostrou que o compromisso com a meta é para valer.


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