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Fiesp diz que elevação está no "contexto de construção de credibilidade", e CNI diz que medida é ineficaz
Indústria se divide sobre alta da taxa de juro
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes da indústria
adotaram atitudes opostas em relação à decisão do governo de elevar a taxa de juros.
Ao contrário de notas anteriores, em que a Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo) classificava de "ineficazes"
elevações nas taxas -e dizia que
não havia motivo para "caminhar
com o freio de mão puxado"-,
desta vez a federação foi menos
crítica. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) foi mais dura.
"Embora tivéssemos a expectativa de uma leve redução na taxa,
queremos acreditar que a decisão
do Copom de elevar a Selic para
25,5% esteja inserida no contexto
de construção da credibilidade de
um governo que se inicia", disse
Horacio Lafer Piva, presidente da
Fiesp, em comunicado.
Ele afirmou que a decisão do governo "combate mais duramente
a inflação logo nestes primeiros
meses e acelera a convergência
dos índices correntes para as metas ajustadas". Na última nota da
entidade, em dezembro, ou seja,
um mês atrás -quando ocorreu
o aumento de três pontos percentuais na taxa-, o tom era outro.
O comunicado anterior informava que "[a alta nas taxas" não
contribui para que o regime de
metas de inflação resgate sua função de balizador de expectativas e
tampouco irá contribuir para a
construção da credibilidade do
próximo governo".
Em outubro, quando a taxa subiu um ponto, a Fiesp também
afirmava que a medida tinha "eficácia questionável para conter a
piora das expectativas de inflação
e para debelar a atual crise de credibilidade".
Mas ontem o presidente da
Fiesp dizia querer acreditar "que a
decisão de elevar a Selic para
25,5% esteja inserida no contexto
de construção da credibilidade de
um governo que se inicia". A expectativa da entidade é que, já a
partir de fevereiro, o atual governo inicie um processo de redução
nas taxas. A entidade reforçou
que é contra aumento de juros em
períodos de demanda reprimida e
disse que os juros não podem ser
mantidos em patamar tão alto por
muito tempo.
"O papel de amainar as expectativas de inflação futura e tornar
mais críveis as metas ajustadas de
inflação deve ser cumprido rapidamente", afirmou a nota. "Para
isso, acreditamos que a decisão de
complementar o arrocho de política monetária com algum aumento do superávit primário seria a forma mais eficaz de criar
condições para queda significativa dos juros no futuro próximo."
A avaliação da CNI é que a alta é
equivocada, pois os efeitos da subida de sete pontos percentuais
dos últimos meses ainda não se
manifestaram por completo sobre a tendência dos preços, informa a nota.
Segundo o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto, o
Banco Central precisava ter esperado para ver os resultados das altas decisão.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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