UOL


São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Medida tem mais "efeito moral", avalia varejo

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento nas taxas de juros não tinha "a menor necessidade de acontecer", tem basicamente um "efeito moral" para o novo governo e deve encarecer as operações de venda a prazo nas lojas.
As declarações foram colhidas pela Folha com vários representantes do varejo no país.
Explicando: 1) tem "efeito moral" porque ajuda a mostrar credibilidade e "pulso firme" ao mercado; 2) era desnecessária porque a inflação já mostra sinais de estar sob controle; 3) pode tornar mais cara a venda parcelada porque as financeiras e lojas perceberão que é preciso acelerar o repasse ao consumidor da alta que ocorre, na prática, desde dezembro.
O aumento nos juros em dezembro, de três pontos percentuais, não foi repassado totalmente ao consumidor ainda, dizem as lojas. "Na prática nós temos aquela disparada nas taxas no final de 2002 e essa pequena alta de janeiro. Se fosse só esse aumento de 0,5 ponto, poderíamos absorver. Porém tem mais pressão sob as nossas cabeças", diz Alencar Burti, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
"Até parece que todo mundo já esqueceu daquela paulada que tivemos no final de 2002."
A expectativa dos analistas de varejo, porém, é que a demanda reprimida faça com que as lojas e financeiras não alterem os juros ao consumidor agora.
A Casas Bahia já informou que manterá suas taxas atuais, de 3,5% a 5% ao mês para operações acima de seis vezes.
Na avaliação da direção da Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), a alta anunciada ontem é de "efeito moral", para reforçar a imagem de um governo "de pulso", diz Abram Szajman, presidente da entidade.
Szajman enviou uma carta ao governo solicitando encontro para discutir a alta elevada no "spread" (diferença entre o que os bancos pagam para captar e o que cobram para emprestar).


Texto Anterior: Indústria se divide sobre alta da taxa de juro
Próximo Texto: Taxa para consumidor pode ir a 325% ao ano
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.