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Medida tem mais "efeito moral", avalia varejo
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento nas taxas de juros
não tinha "a menor necessidade de acontecer", tem basicamente um "efeito moral" para o novo governo e deve encarecer as operações de venda a
prazo nas lojas.
As declarações foram colhidas pela Folha com vários representantes do varejo no país.
Explicando: 1) tem "efeito
moral" porque ajuda a mostrar
credibilidade e "pulso firme"
ao mercado; 2) era desnecessária porque a inflação já mostra
sinais de estar sob controle; 3)
pode tornar mais cara a venda
parcelada porque as financeiras e lojas perceberão que é
preciso acelerar o repasse ao
consumidor da alta que ocorre,
na prática, desde dezembro.
O aumento nos juros em dezembro, de três pontos percentuais, não foi repassado totalmente ao consumidor ainda,
dizem as lojas. "Na prática nós
temos aquela disparada nas taxas no final de 2002 e essa pequena alta de janeiro. Se fosse
só esse aumento de 0,5 ponto,
poderíamos absorver. Porém
tem mais pressão sob as nossas
cabeças", diz Alencar Burti,
presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
"Até parece que todo mundo
já esqueceu daquela paulada
que tivemos no final de 2002."
A expectativa dos analistas de
varejo, porém, é que a demanda reprimida faça com que as
lojas e financeiras não alterem
os juros ao consumidor agora.
A Casas Bahia já informou
que manterá suas taxas atuais,
de 3,5% a 5% ao mês para operações acima de seis vezes.
Na avaliação da direção da
Fecomercio SP (Federação do
Comércio do Estado de São
Paulo), a alta anunciada ontem
é de "efeito moral", para reforçar a imagem de um governo
"de pulso", diz Abram Szajman, presidente da entidade.
Szajman enviou uma carta ao
governo solicitando encontro
para discutir a alta elevada no
"spread" (diferença entre o que
os bancos pagam para captar e
o que cobram para emprestar).
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