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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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PAPÉIS

Dívida em títulos no mercado fecha 2002 em R$ 623,19 bilhões

Reforçado, Tesouro quer antecipar rolagem de dívida

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de reforçar o caixa em janeiro, o Tesouro Nacional pretende agora negociar antecipadamente os títulos de dívida que estarão vencendo a partir de abril. Pouco mais de 41% da dívida do governo no mercado terá de ser rolada em 2003, mas o mês mais pesado é mesmo abril.
A rolagem é a substituição dos títulos que estão vencendo por papéis novos. Em janeiro do ano passado, os vencimentos programados para o ano em curso correspondiam a 25,59% da dívida. A crise de confiança do mercado no governo em 2002 encurtou os prazos da dívida.
Ontem, o Tesouro informou que a dívida em títulos no mercado fechou 2002 em R$ 623,19 bilhões, 0,14% abaixo do total de 2001. A dívida ficou estável porque no segundo semestre do ano passado o Tesouro não conseguiu emitir títulos em montante suficiente para fazer a rolagem.
Houve uma crise de confiança provocada pelas eleições presidenciais e vários investidores resolveram retirar seus recursos de fundos de investimentos por causa de perdas nas aplicações.
Os resgates (pagamento das dívidas que estavam vencendo) atingiram, segundo o Tesouro, R$ 169,5 bilhões (descontadas as emissões). A dívida não caiu no mesmo valor por causa dos encargos que corrigem os títulos. Mas o caixa do Tesouro teve que ser utilizado em volume que atingiu R$ 42 bilhões em dezembro.
De acordo com o coordenador da Dívida Pública do Tesouro, Paulo Valle, em janeiro o Tesouro vem conseguindo reforçar o caixa, pois já emitiu R$ 13 bilhões para vencimentos de R$ 5 bilhões.
Portanto os técnicos acreditam que já é possível pensar em reduzir os montantes que estarão vencendo a partir de abril. No mês de abril, vencem R$ 32,2 bilhões de um total de R$ 239,8 bilhões previsto para o ano. A antecipação reduziria as pressões do mercado sobre o governo.
Valle também disse que existe espaço para que o Tesouro volte a emitir títulos prefixados (cuja correção é decidida no momento da venda). Esses títulos pararam de ser emitidos porque os investidores começaram a pedir taxas muito altas para comprá-los.
O chefe do Departamento de Mercado Aberto do BC, Sérgio Goldenstein, disse que o impacto da desvalorização na dívida em 2002 -52,27%- foi de R$ 90 bilhões. Em 2002, o BC conseguiu rolar só 66,3% da dívida cambial.


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