UOL


São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Incertezas nos cenários externo e interno influenciam a Bolsa; no ano, desvalorização atinge 1,1%

Na sexta queda seguida, Bovespa cai 2,6%

DA REPORTAGEM LOCAL

O mau humor do mercado externo em razão dos conflitos internacionais fez o Ibovespa fechar em baixa de 2,55%. Essa foi a sexta queda consecutiva da Bolsa, que passou a acumular no mês de janeiro desvalorização de 1,1%.
Para os analistas, a queda ainda não pode ser considerada um sinal de que a Bolsa foi uma opção ruim de investimento nos últimos meses. Isso porque desde o segundo turno das eleições presidenciais, em 27 de outubro, até o final de 2002, a Bovespa subiu 17,7%. Apesar dela ter continuado a subir nos primeiros dias do ano, a recuperação rápida após o período eleitoral fez o preço das ações brasileiras alcançarem um patamar considerado "justo". Com isso, diante da piora do cenário internacional as ações passaram a sofrer quedas.
"Atualmente a Bovespa está repercutindo o dia-a-dia do cenário dos mercados interno e externo. Ainda há incertezas políticas e, fora do país, o clima é de possibilidade de uma guerra. A Bolsa andou por um tempo descolada de tudo e agora passou a andar mais alinhada com as perspectivas", disse Marcelo Porto, assessor financeiro da corretora SLW.
As ações que sofreram maior depreciação no pregão de ontem foram justamente as que mais haviam subido no início do ano e que haviam se beneficiado da queda do dólar por terem um alto grau de endividamento em moeda estrangeira, como a Brasil Telecom Participações PN, que caiu 6,2%, e a Eletrobras PNB (5,2%).
Por sua vez, as exportadoras foram novamente as maiores altas do dia, como foi o caso da Embraer, que teve valorização de 2,3% em suas ações preferenciais.

Juros
Após o Copom (Conselho de Política Monetária do Banco Central) ter aumentado de 25% para 25,5% ao ano a Selic (taxa básica de juros), o mercado futuro aumentou a projeção de juros para os próximos meses.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos DI (que consideram os juros praticados entre bancos) que movimentaram o maior volume de recursos foram os com vencimento em julho. Os títulos fecharam com alta de 1,02%. Nos contratos mais curtos, com vencimento em fevereiro, eles passaram de 25,21% para 25,31%, valorização de 0,4%.
(GEORGIA CARAPETKOV)


Texto Anterior: Papéis: Reforçado, Tesouro quer antecipar rolagem de dívida
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.