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São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Dinheiro para o trigo
O secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin, anunciou crédito no valor de R$ 50 milhões para o pré-custeio do trigo, com juros de 8,75% ao ano. O governo quer aumentar em 10% a área plantada, que subiria para 2,6 milhões de hectares. A produção iria a 4,5 milhões de toneladas. O mercado achou bom o volume de dinheiro.

Na expectativa
Se a prioridade do governo neste ano é o milho, pode-se esperar um bom volume de crédito para o produto depois do que foi liberado para o trigo, diz um produtor. O governo só erra em liberar primeiro o crédito para o trigo, que tem até 10 de maio para o plantio. Primeiro deveria vir o dinheiro do milho, cujo plantio se encerra em 20 de março, diz ele.

Na ponta do lápis
Cálculos do mercado indicam que o governo deveria fazer contratos de opção de venda de milho para os produtores a R$ 20 por saca. Esse valor incentivaria o plantio, elevando a produção e permitindo até uma queda de preços.

Maior oferta
Se os contratos não forem atraentes, haverá redução de área e de safra, e as indústrias vão importar milho por valores bem maiores. A R$ 20 no mercado interno, a saca de milho estaria a US$ 5,7. As importações de milho norte-americano custam US$ 8,28 por saca. O argentino, US$ 7,89.

Chineses gostaram
Os chineses gostaram da possibilidade de ser feita uma joint venture entre Brasil e China para viabilizar a emissão de Certificados de Absorção de Carbono. Os estudos são da BM&F.

Mudanças em Cuba
A estrutura agrícola de Cuba está mudando. Com o fim do subsídio soviético, a indústria de açúcar -a mais importante para o país- tornou-se, em boa parte, inviável economicamente. Nos últimos anos, mais de 70 usinas de açúcar fecharam as portas. É o que relata o economista Carlos Arthur Ortenblad, da Fazenda Água Milagrosa, de Tabapuã (SP), que esteve em visita à região.

Avanço da citricultura
A perda de importância da indústria de açúcar fez Cuba investir pesadamente em citricultura, diz Ortenblad. Apenas um grupo israelense -apesar de Israel se alinhar aos EUA no embargo comercial a Cuba- promove o plantio de 38,75 mil hectares. Esse é apenas um entre vários outros projetos, diz o economista.

Competição com o Brasil
O avanço de Cuba nessa nova cultura é um perigo real para a citricultura brasileira. "Cedo ou tarde haverá abertura comercial entre Cuba e os EUA, como já existe com a Europa, e as vantagens comparativas da citricultura brasileira serão postas em xeque", diz Ortenblad. Afinal, o salário mínimo em Cuba é de apenas US$ 8 por mês e o país está a apenas 100 km da Flórida, afirma.

Lá também
Os lucros da Smithfield, gigante dos EUA no setor de carne suína, vão ficar abaixo do esperado no trimestre -o terceiro do ano fiscal. Superoferta de carne, preços e problemas nas exportações para a Rússia e Ásia são os motivos.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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