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Socorro ao mercado reacende discussão sobre "risco moral"
DA REPORTAGEM LOCAL
O corte agressivo no juro
americano um dia após os mercados desabarem no mundo
reacendeu o debate em torno
do chamado "moral hazard", o
"risco moral" do Fed (Federal
Reserve, BC dos EUA) de "salvar" investidores e instituições
que se arriscaram em excesso.
Para Cristiano Souza, economista do Banco Real, é difícil falar em "moral hazard" porque,
em sua avaliação, houve perdas
generalizadas. "Todo mundo
perdeu: bancos, seguradoras,
investidores e o consumo. A
discussão é o quanto ele [Fed]
estaria disposto a punir outros
agentes ao custo de deixar os
EUA caírem na recessão."
O ex-diretor do BC Alkimar
Moura afirma que o Fed não foi
chantageado pelos mercados
porque não sofreu uma ação orquestrada.
"O Fed estava num dilema:
tinha de olhar para a inflação e
também para o risco de falência
generalizada do sistema financeiro. Isso [corte no juro] elimina riscos e dá uma mensagem
errada? São condições que o BC
não tem muita escolha. Poderia
assumir o risco de esperar mais
uma semana e enfrentar a possibilidade de a situação piorar
mais ainda", disse.
O economista Fernando Cardim, da UFRJ, afirma que a
preocupação com o "risco moral" é exagerada por economistas liberais. "Ninguém faz aplicações porque acha que vai ser
socorrido. Mesmo quando o socorro vem muitos já perderam
e o valor dos ativos caiu. Qualquer decisão numa economia
de mercado é especulativa."
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