São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

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OUTRO LADO

Febraban afirma faltar garantia para baratear crédito

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Roberto Luis Troster, os dados do FMI para taxa de empréstimo têm algumas distorções.
Segundo Troster, os dados informados pelo México, por exemplo, levam em conta também as taxas dos chamados "recursos direcionados" (juros do crédito imobiliário ou rural, por exemplo, que são menores), enquanto os do Brasil informam apenas os recursos livres (crédito concedido a pessoas físicas e empresas sem destinação prévia).
Independentemente disso, o economista admite que os juros ao consumidor são altos no país. "Mesmo se tirarmos a inflação, ou colocarmos os recursos direcionados no dado do Brasil, o custo do dinheiro é muito alto no país."
Segundo ele, o que ocorre é que "os canais de transmissão estão obstruídos". Os juros são altos a empresas e consumidor, de acordo com o economista, devido ao excesso de tributação, ao baixo nível de bancarização no Brasil (o que diminui a possibilidade de ganho em escala) e ao compulsório alto (percentual de recursos que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central).
Ele critica também o que chama de um "quadro institucional obsoleto", o que diminui as garantias aos bancos em caso de insolvência.
"Falta eficiência, falta rapidez e falta respeito aos direitos em relação à execução dos contratos", afirma o economista.
Para Troster, é preciso haver mudanças nesses quatro pontos para os juros baixarem. "Com juros desse tamanho, o país não vai crescer." (MP)


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