São Paulo, segunda, 23 de fevereiro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice NA FOLIA Carnaval baiano amplia patrocinadores; objetivo da prefeitura de Salvador é "privatizar" a festa em 4 anos Passarela dos trios é vitrine de empresa
JOSÉLIA AGUIAR da Reportagem Local Um Carnaval baiano se faz hoje com trios elétricos, foliões e ao menos uma centena de empresas que cada vez mais apostam na festa para divulgar sua imagem. A lista de grandes marcas que, este ano, exploram pela primeira vez o filão inclui nomes como Asia Motors, Marlboro, O Boticário, Maxitel e Sorriso. Não há um censo que revele o total exato de empresas que patrocinam a festa ou em quanto cresceu a presença delas. São dados pulverizados em cerca de 190 entidades que desfilam no evento. Somente junto à prefeitura, por exemplo, a participação mais que dobrou. Dos R$ 6 milhões que a administração deve gastar com o evento este ano, cerca de R$ 3 milhões estão sendo bancados pela iniciativa privada, com a venda de cotas de patrocínio. No ano passado, o valor conseguido com as empresas foi de R$ 1,2 milhão, segundo a presidente da Emtursa (Empresa de Turismo de Salvador), Eliana Dümet. "Esperamos que, em quatro anos, todos os custos da Prefeitura com o Carnaval sejam bancados pela iniciativa privada", afirma. O atrativo mais imediato para as empresas é o contingente de 2,5 milhões de pessoas, que acompanham a festa nas ruas. Um público que passa sete dias - da última quinta-feira até a quarta-feira de cinzas- vendo marcas estampadas nos 10 quilômetros do circuito carnavalesco. Um estudo da prefeitura revela outra razão que leva empresas a patrocinar a folia: quem investiu em 1997 numa cota de patrocínio de R$ 300 mil conseguiu retorno de quatro horas e meia de veiculação na mídia eletrônica, sendo 20 minutos em rede nacional, segundo a presidente da Emtursa. Um anúncio de 30 segundos em um telejornal -em rede nacional- pode chegar a R$ 100 mil. Ricardo Martins, presidente da Associação de Blocos com Trio, confirma que está crescendo o interesse das empresas em investir na festa. Cerca de 80% das entidades, segundo ele, já têm hoje o apoio da iniciativa privada. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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