|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAÍSES RICOS
Reunião termina sem propostas concretas para crise asiática
Ministros do G7 sugerem
ações contra o desemprego
IRINEU MACHADO
de Londres
A reunião dos líderes das áreas
econômica e financeira do G7
(Grupo dos Sete) mais Rússia no
final de semana em Londres terminou ontem com o anúncio de
um plano de ação para incentivar
a geração de empregos e combater
a exclusão social.
O grupo discutiu também a crise
do mercado financeiro asiático,
no sábado, mas o encontro frustrou as expectativas dos que esperavam o anúncio de medidas concretas para ajudar a acabar com os
riscos da volatilidade.
Os ministros da Fazenda dos sete
países mais industrializados do
mundo e da Rússia chegaram a um
consenso sobre a necessidade de
medidas contra o protecionismo
comercial para evitar a queda do
crescimento global, efeito da crise
da Ásia.
Entretanto, não foram apontadas medidas concretas para evitar
novas quebras no mercado financeiro, exceto o comprometimento
das agências de crédito de exportação de ampliarem financiamento para a ajuda ao comércio da região. O G7 recomendou "reformas profundas" nos sistemas financeiros dos países diretamente
afetados pela crise.
"Não discutimos ações específicas. Não era esse o tom do encontro", disse Gordon Brown, ministro do Tesouro do Reino Unido.
Os documentos conclusivos tanto dos debates sobre a crise asiática como dos que abordaram o
combate ao desemprego apresentaram recomendações genéricas a
serem aprofundadas na reunião
dos chefes de Estado do G7, no
próximo mês de maio em Birmingham (Reino Unido).
Nas discussões sobre a crise asiática, o assunto dominante foi a crítica do secretário do Tesouro norte-americano, Robert Rubin, ao
Japão. Ele disse que o Japão deveria assumir um papel mais importante na ajuda aos vizinhos asiáticos pela recuperação do mercado
financeiro da região.
"No Japão, a atividade econômica está baixa e as perspectivas
são fracas. A recuperação requer
ação contínua para reforçar o sistema financeiro e reformas regulatórias do setor financeiro, entre
outros, para ampliar a abertura",
diz o documento conclusivo do
encontro.
Diz também que as reformas nos
países asiáticos devem ter assistência financeira temporária, liderada pelo FMI ou outras instituições financeiras, e "com papel essencial do setor privado."
O documento também afirma
que o crescimento equilibrado da
economia na Alemanha, França e
Itália é "bem-vindo", mas que a
atividade econômica dos três ainda está "baixo do potencial".
"Políticas macroeconômicas estáveis são vitais, mas não são suficientes", diz o documento sobre
geração de empregos.
Entres os itens da lista de sete
princípios estabelecidos pelo G7
para combater o desemprego, estão reformas estruturais como a
derrubada de "barreiras oriundas
de tributação inadequada", incentivos a pequenos e médios empreendimentos e apoio ao treinamento e habilitação dos que estão
fora do mercado.
Os ministros do G7 defenderam
como mercado de trabalho ideal
um modelo "meio termo" entre o
anglo-saxônico e o modelo social
"mais protecionista" europeu,
"sem ignorar os mais desfavorecidos ou desqualificados", como
disse Brown.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|