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FRANCHISING
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MARCELO CHERTO
Muita gente questiona a estratégia gerencial do Habib's, que ao
menos num aspecto contraria as
práticas administrativas mais em
voga: eles estariam fugindo da
terceirização como o diabo da
cruz. De fato, a empresa vem optando por fazer tarefas que outras tendem a terceirizar. Exemplos: o desenvolvimento de campanhas e até a fabricação de insumos. Os sorvetes, pães e discos
de pizza são produzidos em cozinhas centrais operadas pela própria franqueadora ou por seus
master-franqueados. Uma das
poucas exceções é a esfiha, cuja
massa é preparada e assada no
próprio restaurante, a partir de
matérias-primas que vêm da cozinha central. Me contaram que
a empresa estaria montando um
laticínio para fabricar os queijos
utilizados pela rede. Tudo para
assegurar a política de preços
baixos que vem fazendo o sucesso
do Habib's no mercado.
Muita gente indaga: se todo
mundo está terceirizando, o Habib's não deveria fazer o mesmo?
Muitas vezes me senti tentado a
ditar regras, a dizer que acho perigosa essa estratégia de verticalização. Pessoalmente, sou favorável à terceirização. Tanto que a
adoto e pratico. Porém, a vida
tem me ensinado que nem sempre o fato de todo mundo fazer as
coisas de um certo jeito significa
que é o único modo. Aliás, como
o cientista americano Mitchell
Waldrop disse, a saúde de um
ecossistema depende da diversidade de criaturas. Além disso, o
equilíbrio de todo ecossistema está constantemente se alterando.
Ou seja: se a estratégia de não
terceirização está correta, só o
tempo dirá.
Marcelo Cherto, especialista em redes de negócios, é presidente do Instituto Franchising e
professor da FGV e da Franchising University.
Internet: www.cherto.com.br
E-mail: info@cherto.com.br
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