São Paulo, sábado, 23 de março de 2002

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Sem moeda, casas de câmbio fecham mais cedo

Associated Press
Argentinos fazem fila para comprar dólares em banco de Buenos Aires, num dia de grande procura pela moeda norte-americana


DE BUENOS AIRES

Muitas casas de câmbio baixaram suas portas antes do horário normal de funcionamento, pois não tinham mais dólares para vender. A escalada contínua dos preços não intimidou os argentinos, que esperaram horas em filas que se arrastavam por quarteirões para comprar dólares.
"Prefiro me livrar dos pesos que tenho neste momento, pois não sei o que vai acontecer nos próximos dias. Talvez na segunda-feira eu tenha de voltar aqui para vender alguns dólares para passar a semana, mas não importa, não vou ficar com pesos em casa", afirmou Matías Dario, um dos milhares de argentinos que se aglomeraram nas portas das casas de câmbio e de bancos.
Nas ruas do centro financeiro de Buenos Aires, onde se concentram as casas de câmbio, era quase impossível caminhar.
O tumulto de pessoas buscando cotações melhores para fechar negócios foi contínuo durante todo o dia. Com a disparada da moeda norte-americana, os argentinos decidiram se desfazer de seus pesos a qualquer custo.
"Com o que tenho, agora só vai dar para comprar uns US$ 75. Mas é melhor do que ficar sem nenhum dólar em casa", disse a aposentada Mercedes Coccaro, que esperou quase quatro horas na fila para concluir sua compra.
O medo de que o Banco Central decrete feriado cambial a partir de segunda-feira, como aconteceu tantas vezes nos últimos meses, fez com que o nervosismo crescesse perto da hora de fechamento das casas de câmbio, às 17h. Empurrões e discussões aconteceram entre as pessoas que tentavam entrar nas casas de câmbio à força para conseguir dólares.
Instituições financeiras, como o Banco do Brasil, chegaram a limitar o volume de compras por pessoa a US$ 1 mil. (FV)


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