São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2004

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Administração federal tem eficiência gerencial regular, revela enquete realizada com 200 executivos em São Paulo

Empresários apontam inércia do governo

DENISE CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cresceu a percepção negativa de empresários brasileiros em relação à eficiência gerencial do governo federal. É o que revela enquete realizada pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), com um grupo de 200 executivos, durante almoço ontem, em São Paulo, que teve a presença do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Os empresários de diversos setores da economia avaliaram que o governo tem uma eficiência gerencial regular. Numa escala de zero a cinco -zero significa péssimo e cinco representa ótimo-, o governo teve 3,2. Em 24 de novembro de 2003, quando foi realizado outro encontro empresarial, a nota do governo foi 4,1.
O ministro Furlan chegou a perguntar por que os empresários teriam mudado a percepção do final de 2003 pra cá se, segundo ele, não há nada no fronte externo que mude os ânimos do mercado. "Talvez o mercado estivesse com excesso de otimismo no fim do ano. Mas, agora, o pessimismo está exagerado", avaliou.
Uma explicação para o "pessimismo" é a "falta de ações" para o desenvolvimento do mercado interno. De dez executivos que tiveram a missão de representar os mais de 200 empresários que participaram do encontro, com perguntas dirigidas a Furlan, quatro questionaram a incapacidade do governo de adotar medidas mais voltadas para o mercado interno.
"Talvez a falta de definição do governo sobre o mercado interno responda a essa mudança de ânimo", afirmou o vice-presidente do McDonald's para a América Latina, Marcel Fleischmann.
A carga tributária no país também é um dos motivos da decepção do empresariado em relação à condução da política do governo. Metade dos executivos apontou a carga tributária como o principal fator que impede o crescimento de suas empresas. Outros 23% indicaram o nível demanda na economia, enquanto o cenário político foi respondido por 20%. Apenas 7% dos empresários apontaram os juros como fator que impede o crescimento. Para 49% deles, a situação dos negócios em 2004 está igual à de 2003.
O aumento da contribuição do INSS para financiar dívida com os aposentados, acreditam os empresários, não deve sair do papel. "O governo não tem espaço para aumentar mais ainda a carga tributária. Se fizer isso, vai jogar mais empresas para informalidade", diz o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horacio Lafer Piva.


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