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REGULAÇÃO
Estabilidade ainda é dúvida
Projeto de agências irá ao Congresso neste mês
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto de lei que trata do funcionamento das agências reguladoras deverá ser enviado ao Congresso até o final do mês. O texto
já foi fechado pela Casa Civil, que
aguarda a definição do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva a respeito de um ponto polêmico: a estabilidade no cargo ou não dos presidentes das agências.
"Podemos mandar o projeto
nesta semana. Vai depender da
agenda do presidente", informou
Luiz Alberto dos Santos, subchefe
de Coordenação da Ação Governamental da Casa Civil. Segundo
Santos, não há possibilidade de as
modificações no funcionamento
das agências serem definidas por
medida provisória.
Segundo ele, haverá um único
projeto. Antes, havia a possibilidade de o governo dividir as modificações em dois projetos: um
para a forma de atuação das agências e outro para o relacionamento delas com os ministérios.
Agora, o governo poderá decidir que a estabilidade é somente
para o cargo de diretor (membro
do conselho). Nesse caso, caberia
ao governo escolher o presidente
da agência entre os diretores
aprovados pelo Senado. Com esse
sistema, o presidente poderia ser
modificado a qualquer momento
e ser substituído por outro diretor. O presidente demitido voltaria a ser um diretor da agência.
Outra possibilidade é vincular a
estabilidade ao cargo que o diretor ocupa. Dessa forma, se um nome fosse aprovado no Senado para ocupar a presidência, teria estabilidade até o fim de seu mandato.
Em janeiro, o governo se desgastou com a demissão de Luiz
Guilherme Schymura da presidência da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O governo entendia que poderia trocá-lo por outro diretor. O entendimento de Schymura é que ele tinha estabilidade no cargo.
No final, Schymura acabou sendo substituído por Pedro Jaime
Ziller, indicado pelo então ministro Miro Teixeira (Comunicações). Schymura poderia ter ficado na agência como diretor, mas
optou por pedir demissão.
Modificações
O projeto que será enviado ao
Congresso tem modificações em
relação ao texto que havia sido colocado em consulta pública em
setembro. Os recuos no texto, no
entanto, já haviam sido anunciados pelo governo, quando foi divulgado o relatório técnico do
grupo de trabalho que elaborou
os projetos.
Na ocasião, Santos já havia dito
que não haveria mais possibilidade de os diretores perderem seus
mandatos caso não cumprissem
metas estabelecidas nos contratos
de gestão. "A minuta [dos projetos] dava uma idéia de punição",
afirmou.
Outra modificação é que caberá
às agências fazer as licitações. Os
ministérios irão definir o que e
quando será licitado e assinar os
contratos. As agências vão fazer o
leilão.
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