|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Revisão do PIB reduz a carga tributária, mas tendência ainda é de alta, diz IBPT
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A revisão do PIB divulgada
pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) na
quarta-feira reduziu a carga tributária em proporção do PIB
entre 2000 e 2005, mas a tendência no país ainda é de alta.
Segundo dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), a revisão fez
a carga fiscal cair 3,7 pontos
percentuais em 2005, passando de 37,82% para 34,12% (pela
Receita Federal, 33,7%).
O advogado Gilberto Luiz do
Amaral, presidente do IBPT,
diz que a carga de 2006 deverá
ficar em 35% (pela Receita,
34,5%). Antes da revisão, a estimativa do IBPT era de 38,8%.
Amaral diz que, apesar da
queda, o Brasil ainda tem "a
mais elevada carga tributária
entre os países emergentes".
Com a revisão do PIB, a carga
fiscal brasileira em 2005 ficou
abaixo da espanhola (35,8%),
mas continua acima da de Chile
(18,9%), China (16,9%), Rússia
(17,8%), Argentina (21,8%),
México (19,8%), Coréia do Sul
(25,6%), Japão (26,4%), Estados Unidos (26,8%), Irlanda
(30,5%) e Alemanha (34,7%).
Para este ano, Amaral prevê
que a carga crescerá 8%. Descontada a inflação, ele prevê
aumento real de 4%. Em valores, o total arrecadado pelos
três níveis de governo deverá
somar de R$ 870 bilhões a R$
880 bilhões (R$ 815,07 bilhões
em 2006, nas contas do IBPT).
Tributação do futuro
O IBPT divulgou ontem o estudo "Governança Tributária
Socioambiental: A Tributação
do Futuro". Segundo Amaral,
no futuro próximo a tributação
estará intimamente ligada às
questões sociais e ambientais.
"Teremos em breve um sistema tributário híbrido, em que
os tradicionais conceitos de impostos, taxas e contribuições
terão de ser revistos. Haverá a
quebra de vários paradigmas,
como o de que não se pode tributar de maneira diferente
produtos iguais, mesmo que
utilizem matérias-primas diferentes."
Para Amaral, "se determinado produto for fabricado com
matéria-prima que agrida o
ambiente, ele será altamente
taxado, enquanto um similar
que utilize matéria-prima corretamente ecológica terá tributação menor".
As questões sociais também
serão levadas em conta. Uma
fábrica que usar mão-de-obra
infantil ou não proporcionar
boas condições de trabalho a
seus funcionários poderá ter
tributação acentuada, enquanto a que for social e ambientalmente responsável terá tributação menor, afirma Amaral.
Texto Anterior: Analistas já prevêem crescimento de 4% Próximo Texto: Imposto de Renda - Serviço Folha-IOB: Saiba declarar reforma em imóvel Índice
|