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BALANÇA COMERCIAL
Nas três primeiras semanas de março, saldo positivo é de apenas US$ 46 milhões; ainda falta crédito
Exportação travada segura o superávit
da Sucursal de Brasília
A balança comercial registrou
superávit de US$ 46 milhões nas
três primeiras semanas de março.
O resultado modesto aponta a dificuldade de o governo obter o saldo
positivo desejado no comércio de
bens com o exterior neste mês.
A Folha apurou que, nas três semanas, as exportações somaram
US$ 2,618 bilhões, com média diária de embarques de US$ 174,5 milhões. As importações chegaram a
US$ 2,572 bilhões, com média de
desembarques de US$ 171,5 milhões por dia.
Se as mesmas médias forem
mantidas até o próximo dia 31, a
balança comercial de março poderá fechar com saldo positivo de
cerca de US$ 70 milhões. No ano
passado, o mesmo mês registrou
déficit de US$ 764 milhões.
Esse cálculo, entretanto, não
considera o fato de que, pelo menos na época das minidesvalorizações do real, os desembarques tradicionalmente se concentravam
nos últimos dias de cada mês. Se
confirmado, esse fato deverá influenciar negativamente no resultado final.
Médias
Por enquanto, os embarques e os
desembarques diários estão, em
média, bem abaixo daqueles verificados em março do ano passado. A
média de exportações por dia nas
três semanas foi 10,1% menor que
a verificada no mesmo mês de 98.
Embora favorecidas pela desvalorização do real, que torna os produtos brasileiros mais baratos no
exterior, as exportações continuam inibidas pela escassez de
crédito no mercado e pela incapacidade de as fontes oficiais suprirem essa deficiência de financiamento.
A queda mais expressiva na média de importações diárias, de
25%, indica desaceleração maior
nos desembarques. Esse fato foi
desencadeado especialmente pela
desvalorização do real, que tornou
os produtos estrangeiros mais caros no mercado interno, além de
medidas anteriores de restrição de
desembarques.
Meta difícil
O saldo da balança comercial de
março deverá sinalizar o grau de
dificuldade para o governo cumprir a estimativa de superávit neste
ano.
Nos cálculos do Ministério da
Fazenda, o saldo deverá ser positivo em cerca de US$ 8 bilhões. O governo, entretanto, indicou no
acordo revisto com o FMI (Fundo
Monetário Internacional) uma expectativa bem mais otimista, de
superávit de US$ 11 bilhões.
No primeiro bimestre, a balança
comercial apresentou déficit de
US$ 535 milhões. Portanto, cumprir a estimativa da Fazenda é tarefa que exigirá superávit mensal de
cerca de US$ 850 milhões, em média, de março a dezembro.
Para alcançar o resultado previsto no novo acordo com o FMI, o
saldo positivo médio nesse mesmo
período será de US$ 1,150 bilhão a
cada mês de igual período.
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