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São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2003

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TRABALHO

Nível de emprego subiu 0,56% sobre fevereiro

Indústrias abrem 8.504 vagas em março, melhor resultado desde 95

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Em março, o número de trabalhadores contratados superou o de demitidos no Estado de São Paulo. O nível de emprego da indústria paulista subiu 0,56% sobre fevereiro, o que representou a abertura de 8.504 vagas. Esse resultado é o melhor desde março de 1995, quando o emprego aumentou 0,71% (15.653 vagas).
Nos primeiros três meses deste ano, o nível de emprego subiu 0,59% (8.938 vagas). Também foi considerado o melhor trimestre desde 1995, quando o emprego cresceu 1,58% (34.588 vagas), segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
A recuperação gradual do nível de emprego na indústria, que se verifica desde outubro de 2002, se deve principalmente às exportações e à substituição de produtos importados, segundo Clarice Messer, diretora da Fiesp. O lançamento da coleção outono-inverno, diz ela, também ajudou a elevar o emprego.
Quem mais empregou em março foram as indústrias de matérias-primas para fertilizantes (2,98%), de materiais e equipamentos ferroviários (2,36%), de calçados de Franca (1,82%), de fiação e tecelagem (1,36%), de fundição (1,35%) e de curtimento de couros (1,14%). Esses setores, diz Messer, estão direta ou indiretamente ligados à exportação e à substituição de importações.
Quem mais desempregou, segundo a Fiesp, foram as indústrias de junco (9,57%), de produtos congelados (6,41%), de artefatos de papel (3,63%), de lâmpadas (2,80%), de rações (1,81%) e de aparelhos elétricos (1,42%).
Apesar de o nível de emprego ter subido, a Fiesp entende que o aumento no número de vagas está concentrado em poucos setores, o que é um sinal ruim. "É fato que a recuperação do nível de emprego é consistente desde outubro do ano passado e que a contratação não é sazonal. Mas está restrita a alguns setores", afirma.
Por essa razão, diz Messer, o esforço do governo para aumentar as exportações não pode perder "o sentido de urgência" que adquiriu nos últimos meses. "Se o mercado interno se recuperar, já que existe uma brecha para a redução das taxas de juros, o país não pode esquecer de estimular as exportações."
A taxa de câmbio próxima de R$ 3 ainda não deu sinais de que as exportações podem perder força. Mas, para ela, o governo não pode descuidar-se. "O país precisa fortalecer as exportações para não ser escravo da vulnerabilidade externa. Nós já descobrimos que a exportação é um calço importante para enfrentar os momentos ruins do fluxo de capitais [saída de capital do país"", diz.
A valorização da taxa de câmbio, segundo ela, trouxe alívio para os empresários, já que esse movimento ajudou a diminuir a pressão de custos das indústrias e, como consequência, a segurar as taxas de inflação. "Mas o governo não pode repetir os erros do passado. Tem de coordenar medidas para fortalecer as reservas do país."


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