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Renda cai pelo segundo mês na Grande SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O rendimento médio dos trabalhadores registrou queda pelo segundo mês consecutivo na Grande São Paulo e passou a ser de R$
953 em fevereiro. A diminuição
foi de 3,3% na comparação com
janeiro, segundo pesquisa da
Fundação Seade e do Dieese.
Na comparação com fevereiro
do ano passado, os mais atingidos
pela queda da renda foram os autônomos (diminuição de 6%).
Paula Montagner, gerente da
Fundação Seade, ressalta que a
massa de rendimentos (soma de
todos os salários dos trabalhadores) na Grande São Paulo só foi
menor do que a registrada em fevereiro em duas ocasiões: nos
mesmos meses de 1993 e de 2003.
A redução em fevereiro foi de
4,8% entre os ocupados e de 3,7%
entre os assalariados.
"Não vemos perspectivas de
melhora neste mês. O desemprego pode até se estabilizar nesse
patamar elevado em que está, mas
a renda deve continuar caindo",
afirma a gerente.
Para a Força Sindical, a situação
do desemprego no país "beira o
caos". Em nota oficial, o presidente da central, Paulo Pereira da Silva, afirma que isso "é resultado de
um governo que se curva para os
especuladores e dá as costas aos
trabalhadores". Para ele, a situação também é grave para quem
está empregado, já que, pelo segundo mês consecutivo, o rendimento médio do trabalhador empregado também caiu.
"Chega de promessas. Precisamos de ações que resultem em
melhorias", afirma. "Estamos
tristemente assistindo o "espetáculo do crescimento" se transformar na tragédia do povo brasileiro", disse o sindicalista, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
Para a CUT (Central Única dos
Trabalhadores), os dados da pesquisa reforçam a "necessidade de
o governo agilizar ações para não
aprofundar a crise social" no país.
A central defende medidas como
a adoção das frentes emergenciais
de trabalho, a redução da jornada,
a diminuição da taxa de juros e
políticas para incrementar a produção, diz Luiz Marinho, presidente da CUT.
Hoje, representantes da central
vão se reunir com o presidente
Lula para discutir a implementação das frentes emergenciais de
trabalho e a recuperação do poder
de compra do salário mínimo.
Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
somente os setores exportadores
continuarão a obter resultados
positivos se não forem adotadas
medidas para estimular a produção e os investimentos (como a
redução das taxas de juros), afirma Claudio Vaz, diretor da federação.
(CR e FF)
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