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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Para Barbosa, não há hipótese de contrapartida do Paraguai
A revisão dos contratos de
Itaipu está longe de ser a única
pendência entre Brasil e Paraguai, cuja solução poderá ser
desfavorável ao país. "A agenda
entre os dois países é muito pesada", afirma o embaixador Rubens Barbosa, presidente do
conselho de comércio exterior
da Fiesp. "Se o Brasil ceder, será como ato de generosidade. O
que poderemos exigir em contrapartida do Paraguai?"
Além do tratado de Assunção, há na pauta a questão agrária, que pode colocar em risco
os negócios de 300 mil a 400
mil agricultores brasilguaios.
Eles produzem 98% da soja
plantada naquele país.
Entram na agenda ainda os
ilícitos da fronteira, como são
chamados os contrabandistas.
Projeto de lei em tramitação no
Senado, que prevê a cobrança
de 42,25% de imposto sobre todos os produtos importados do
Paraguai, é encarado como formalização da pirataria por diversas entidades empresariais.
"Tais produtos, principalmente os industrializados,
competem diretamente com os
brasileiros", diz Barbosa. "Já
estamos fazendo uma grande
concessão nesse sentido, atendendo ao governo paraguaio."
Segundo o embaixador, que
foi embaixador em Washington
durante o governo Fernando
Henrique Cardoso, a questão
energética é o tema mais delicado na relação entre os países.
Isso porque há ameaças para os
consumidores brasileiros: aumento das tarifas e o possível
início da venda de energia a outros países latinos, em época de
escassez do insumo.
"Durante as negociações sobre o gás boliviano, o discurso
era que não haveria aumentos e
o consumidor acabou pagando
a conta", diz ele. "O Brasil já cedeu a pressões do Paraguai para
rever parâmetros financeiros
do tratado, no fator de conversão. Precisamos pensar no interesse nacional."
Outra questão levantada por
Barbosa diz respeito ao preço
pago pelo Brasil pela energia
gerada em Itaipu. Somados royalties, compensações financeiras e outros custos, a energia
que o Paraguai não consome
comprada pelo Brasil custa
US$ 41,32, e não US$ 2,70, como foi alardeado na campanha
presidencial daquele país.
"O maior problema é que o
governo brasileiro tem uma posição ambígua sobre o assunto", diz Barbosa. "Só que temos
toda a nossa fronteira feita na
base de tratados e, se um for refeito, haverá uma avenida para
demandas por mudanças."
NA GALERIA
A quarta edição da SP Arte (Feira Internacional de Arte de
São Paulo) começa nesta semana em São Paulo com o maior
número de participantes de sua história. As 40 galerias reunidas na primeira edição do evento, em 2005, saltaram para
67. Além disso, estarão presentes sete galerias estrangeiras,
provenientes da França, do Chile, da Argentina, de Portugal
e do Uruguai. O número de obras expostas também cresceu
-passou de 800, em 2005, para aproximadamente 2.400.
Além das obras mais valiosas, que chegam a custar R$ 300
mil, há peças que podem sair por R$ 600. De acordo com
Fernanda Feitosa, organizadora da SP Arte, como a feira, o
mercado de arte global tem se aquecido a cada ano.
CADEIRAS
Roberto Setubal, presidente do Itaú, esclarece que
Geraldo Carbone assumirá a
área de pessoa física das
agências, mas não os segmentos financeiro, de cartão
de crédito, veículos e crédito
imobiliário. As áreas de veículos e crédito imobiliário
continuam sob responsabilidade direta de Marco Bononi. Já cartão de crédito e
financeira ficam com José
Francisco Canepa. Segundo
Setubal, com essa mudança,
ele passa a ter 11 pessoas que
se reportam diretamente a
ele. Antes eram 22.
NAVEGADOR
A Avis Rent a Car passará
a oferecer GPS em sua frota.
ACORDO
O Banco do Japão para
Cooperação Internacional
fez parceria com a Fiesp para incentivar investimentos
no Brasil. A assinatura da
parceria foi feita em Tóquio,
na segunda. O banco investiu US$ 9 bilhões no país, em
obras da linha 4 do metrô de
São Paulo e no rio Tietê. É o
primeiro acordo que o banco
faz com uma instituição privada brasileira.
NO FOCO
Shelly Lazarus, chairman
e CEO da Ogilvy & Mather
Worldwide, desembarca no
Brasil em maio, para se reunir com membros da Ogilvy
da América Latina e clientes. Sérgio Amado, presidente do grupo, que se encontrou com Lazarus em Xangai
na última semana, diz que os
Brics entram na pauta de
prioridade de investimentos
do grupo.
CONFEITO
Oswaldo Nardinelli, diretor de negócios no Brasil da empresa de confeitos Cadbury Adams, irá investir
R$ 4 milhões neste ano para realizar o Circuito Halls 2008, que começa nesta semana; o evento de música eletrônica vai realizar 13 festas, até dezembro, em cidades como Belo Horizonte, Juiz de Fora, Recife e outros municípios do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná
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