São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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Vizinho taxa exportação para conter preços

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

O trigo não é motivo de desentendimento só entre Brasil e Argentina, mas também entre o governo da presidente Cristina Kirchner e os produtores rurais. Em março, os ruralistas realizaram um locaute agropecuário durante 21 dias, contra o aumento de impostos sobre as exportações de soja e girassol.
A medida faz parte da mesma política de restrição às exportações aplicada à soja e a outros alimentos, implementada desde o governo de Néstor Kirchner (2003-2007). O governo teria duas motivações principais com o aumento de impostos: conter os preços dos alimentos no mercado interno e garantir o abastecimento. Mas o locaute teve efeito contrário e gerou desabastecimento no país de carne e laticínios.
O conflito entre campo e governo agora passa por um período de trégua. Uma das promessas do governo para acalmar os produtores havia sido justamente reabrir as exportações de trigo.
Em vez disso, na semana passada, a suspensão, que seria reaberta anteontem, foi prorrogada mais uma vez.
A economia argentina vem apresentando um crescimento de mais de 8% anuais há cinco anos. Um dos principais motivos para a expansão da economia é o elevado preço de suas commodities, como o trigo e a soja, no mercado internacional. A exportação de carne, muito requisitada no exterior, também foi suspensa.


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