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Projeção da inflação sobe pela 4ª vez seguida
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As projeções do mercado financeiro para a inflação subiram pela quarta semana seguida, segundo levantamento do
Banco Central com cerca de
cem analistas na sexta-feira,
dois dias depois de anunciada a
primeira alta nos juros básicos
da economia em três anos.
De acordo com a pesquisa, a
estimativa média para a alta do
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano subiu para 4,71%, contra 4,66%
projetados uma semana antes.
A meta do governo é manter a
inflação em 4,5%, admitindo,
porém, um desvio de até dois
pontos percentuais para cima
ou para baixo desse número. A
previsão para o crescimento da
economia neste ano recuou um
pouco, de 4,7% para 4,6%.
Na última quarta-feira, o BC
surpreendeu boa parte do mercado ao elevar a taxa Selic em
0,5 ponto percentual, fixando-a
em 11,75% ao ano -a expectativa era de alta de 0,25 ponto. Um
dos objetivos era conter o ceticismo em relação à capacidade
do BC em controlar a inflação.
Na avaliação de Joel Bogdanski, consultor de análise
econômica do Itaú, os números
da pesquisa feita pelo BC devem ser vistos com uma certa
cautela. "As contas não fecham
muito bem quando se olha para
o agregado das projeções", afirma, referindo-se ao fato de as
projeções de inflação continuarem em alta, mesmo com a expectativa de juros mais altos.
"Se o juro é maior, em tese a
inflação não deveria ser maior",
afirma Bogdanski.
Para Carlos Cintra, gerente
de renda fixa do banco Prosper,
a alta dos juros na semana passada ainda não foi compreendida completamente pelo mercado. Por isso, as projeções para
juros e inflação divergem um
pouco. "Vamos esperar a ata
para ter uma idéia mais clara de
como vão ficar as coisas", diz,
referindo-se ao documento a
ser divulgado amanhã com
mais detalhes sobre os motivos
que levaram ao aperto monetário feito pelo Copom (Comitê
de Política Monetária do BC).
Também não há consenso
sobre qual será o futuro da taxa
Selic. Entre os analistas consultados, há quem preveja que os
juros cheguem a 13% ao ano até
outubro. Outros dizem acreditar que a taxa suba mais lentamente, chegando aos 13% em
janeiro do ano que vem.
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