São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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Projeção da inflação sobe pela 4ª vez seguida

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As projeções do mercado financeiro para a inflação subiram pela quarta semana seguida, segundo levantamento do Banco Central com cerca de cem analistas na sexta-feira, dois dias depois de anunciada a primeira alta nos juros básicos da economia em três anos.
De acordo com a pesquisa, a estimativa média para a alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano subiu para 4,71%, contra 4,66% projetados uma semana antes. A meta do governo é manter a inflação em 4,5%, admitindo, porém, um desvio de até dois pontos percentuais para cima ou para baixo desse número. A previsão para o crescimento da economia neste ano recuou um pouco, de 4,7% para 4,6%.
Na última quarta-feira, o BC surpreendeu boa parte do mercado ao elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 11,75% ao ano -a expectativa era de alta de 0,25 ponto. Um dos objetivos era conter o ceticismo em relação à capacidade do BC em controlar a inflação.
Na avaliação de Joel Bogdanski, consultor de análise econômica do Itaú, os números da pesquisa feita pelo BC devem ser vistos com uma certa cautela. "As contas não fecham muito bem quando se olha para o agregado das projeções", afirma, referindo-se ao fato de as projeções de inflação continuarem em alta, mesmo com a expectativa de juros mais altos.
"Se o juro é maior, em tese a inflação não deveria ser maior", afirma Bogdanski.
Para Carlos Cintra, gerente de renda fixa do banco Prosper, a alta dos juros na semana passada ainda não foi compreendida completamente pelo mercado. Por isso, as projeções para juros e inflação divergem um pouco. "Vamos esperar a ata para ter uma idéia mais clara de como vão ficar as coisas", diz, referindo-se ao documento a ser divulgado amanhã com mais detalhes sobre os motivos que levaram ao aperto monetário feito pelo Copom (Comitê de Política Monetária do BC).
Também não há consenso sobre qual será o futuro da taxa Selic. Entre os analistas consultados, há quem preveja que os juros cheguem a 13% ao ano até outubro. Outros dizem acreditar que a taxa suba mais lentamente, chegando aos 13% em janeiro do ano que vem.


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