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Preço no atacado pode explodir
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os preços no mercado atacadista de energia podem explodir a
partir de novembro se a Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica) conseguir emplacar uma
proposta que esteve em audiência
pública até o dia 15. O preço máximo pode ir a R$ 1.736 o MWh.
O valor representa o que a Aneel
classifica como custo do déficit de
energia elétrica. Ou seja, o teto para a venda no MAE (Mercado
Atacadista de Energia) e a estimativa de até quanto seria necessário
cobrar pela energia em período de
crise de abastecimento.
Acima desse preço as negociações no MAE seriam interrompidas. O MAE funciona como uma
espécie de Bolsa, em que quem
tem energia de sobra vende para
quem precisa comprar para abastecer seus clientes.
Hoje, o custo do déficit é de R$
684 o MWh e leva à utilização dos
recursos hídricos (reservatórios).
O preço do MAE no Sudeste está
em R$ 459,89. A expectativa é que
encoste no valor atual do custo já
a partir do próximo mês, quando
começa o racionamento.
Pelo estudo da Aneel, seria incluído também no cálculo do custo do déficit o efeito da possibilidade de falta de energia sobre o
crescimento do PIB.
No entanto a Aneel informa que
a proposta, para entrar em vigor,
depende da aprovação da Câmara
de Gestão da Crise Energética, o
"ministério do apagão".
Segundo o estudo da agência, o
novo cálculo permitirá "decisões
mais ajustadas para produzir
energia", pois refletirá o impacto
da restrição de energia na economia, para a formação do preço.
Ou seja, poderá atrair investidores para obras de geração de energia por causa do preço mais alto.
A proposta de aumentar o custo
do déficit é uma reivindicação antiga de empresas que têm excedente de energia e podem negociá-lo no MAE.
"Quem tem energia vende com
alegria no MAE", disse o diretor-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia, Paulo Ludmer. Ele disse, no entanto, que nenhuma empresa representada pela entidade pode basear sua produção no preço da energia vendida no MAE. Isso porque representaria uma elevação significativa nos custos de produção.
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