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VIZINHO EM CRISE
Comissão dos EUA deve autorizar operação em até 48 horas
Detalhes da troca saem amanhã
ROGERIO WASSERMANN
DE BUENOS AIRES
O vice-ministro da Economia
da Argentina, Daniel Marx, disse
ontem que o governo espera poder começar amanhã a divulgar
para o mercado financeiro os detalhes da megatroca de títulos públicos negociada pelo país.
Segundo ele, ontem foram entregues os últimos documentos
para que a Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores dos EUA, para que
aprove a emissão e a cotização dos
novos títulos no mercado internacional. Marx disse que a aprovação da SEC viria em 48 horas.
A operação visa aliviar os compromissos financeiros da Argentina no curto prazo por meio da
troca de títulos com vencimento
até 2005 por outros com vencimento até 2030. Estima-se que a
troca alcance cerca de US$ 20 bilhões em títulos e que seja concretizada no início de junho.
Ontem o governo enfrentou o
que foi considerado o último teste
antes da concretização da troca,
com o leilão de US$ 500 milhões
em títulos de curtíssimo prazo, de
três e seis meses.
As taxas de juros a serem pagas
pelos títulos leiloados ontem
-12,09% para os papéis de três
meses e 12,44% para os de seis
meses-, apesar de altas, estiveram de acordo com o que havia sido previsto por analistas. Ainda
assim, houve uma reação negativa do mercado no final do dia,
com uma reversão na queda do
risco-país (índice que mede a sobretaxa paga pelo país ao tomar
empréstimos em relação ao que
pagam os EUA).
O risco-país chegou ao final do
dia em 925 pontos (9,25% de sobretaxa), só 5 pontos menor do
que o fechamento do dia anterior.
Para Hernán Fardi, da consultoria
Maxinver, a alta do risco-país no
fim do dia não deve trazer dúvidas sobre o êxito da megatroca.
Alguns membros do governo
haviam dito que esperavam que o
risco-país estivesse abaixo de 800
pontos quando a troca fosse concretizada, para evitar o pagamento de juros muito altos.
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Adalberto
Rodríguez Giavarini, voltou ontem a explicitar suas diferenças
com o ministro da Economia, Domingo Cavallo. O chanceler afirmou ontem que a revisão do acordo automotivo entre Brasil e Argentina, firmado no ano passado,
não está na pauta do governo.
Anteontem, Cavallo havia defendido a revisão do acordo e a
adoção de um livre comércio no
setor, atendendo à pressão das
montadoras argentinas. Brasil e
Argentina se comprometeram a
respeitar a cota de um veículo importado a cada veículo exportado.
Com a crise econômica na Argentina, as montadoras querem a revisão do acordo para poder exportar mais para o Brasil.
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