São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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VAREJO

Pequenos perdem o fôlego

Hipermercado cresce mais no 1º trimestre

DA REPORTAGEM LOCAL

Os pequenos supermercados, que foram a surpresa do varejo em 2001 -pois cresceram bem mais do que as grandes redes- perderam o fôlego. No primeiro trimestre do ano, os grandes supermercados e os hipermercados tiveram um aumento de 11,4% nas vendas em relação a igual período de 2001 . As redes menores, chamadas "lojas de vizinhança", tiveram expansão menor, de 8,5%, segundo estudo apresentado ontem pela ACNielsen.
Esse crescimento de 8,5% no Estado de São Paulo não é nada desprezível, mas bem inferior ao apurado no ano passado. Em dezembro de 2001, os supermercados de vizinhança, com poucos caixas e espaço físico restrito, apresentavam expansão de 18% em relação ao ano anterior. Enquanto as grandes redes tinham vendas menores, com expansão de 6,4% no ano.
Uma das explicações para a mudança é o crescimento das promoções das grandes cadeias de varejo. O Carrefour tem elaborado programas de descontos mensais, assim como o Pão de Açúcar. Isso tira mercado das pequenas redes de bairro.
Além disso, cresceu a concorrência no segmento de supermercado de vizinhança, com a forte investida das líderes nesse segmento de lojas menores, localizadas em bairros mais afastados. Isso reduz a margem de lucro das cadeias menores. O Barateiro, por exemplo, rede do grupo Pão de Açúcar (com modelos de lojas de vizinhança) está com 149 pontos hoje, contra 111 no mesmo período de 2001. A rede lançou um cartão próprio, mudou o visual das lojas e lançou marcas próprias.
O Wal-Mart vai pelo mesmo caminho. Deve inaugurar, em junho, o seu primeiro supermercado popular no Brasil. O local será o bairro de Sapopemba, na zona leste de São Paulo.

Venda do Sé
O Pão de Açúcar está aberto para a compra de novas empresas e tem caixa para isso. A informação é de Augusto da Cruz Filho, vice-presidente administrativo-financeiro do grupo. O principal alvo do mercado hoje é a rede Sé, interesse atual do Pão de Açúcar, segundo a Folha apurou.
"Temos R$ 1,1 bilhão em caixa e, mesmo com a rede francesa Casino como sócia, temos autonomia para decidir o que fazer", disse. Pão de Açúcar, Carrefour, Royal Ahold, Wal-Mart e Tesco estão interessadas no Sé. (ADRIANA MATTOS)

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