UOL


São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RECEITA ORTODOXA

Ministro usa analogia médica para justificar manutenção do juro

Não podemos interromper a terapia na metade, diz Palocci

DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) fez ontem uma defesa da prudência da política econômica -que, no caso, pode ser lida como uma defesa dos juros do Banco Central- e uma promessa de mais ousadia.
No capítulo da prudência, Palocci usou uma analogia com a medicina, sua área de formação, para sustentar a permanência da receita ortodoxa que reduziu as cotações do dólar e o risco-país.
"O maior e mais comum dos erros no tratamento das doenças graves é interrompê-lo na metade, ao primeiro sinal de melhora do paciente. Quando se procede assim, a doença recorre com mais força", disse, no fórum econômico promovido na sede do BNDES.
A frase se encaixa perfeitamente no debate sobre os juros, dado que os defensores da queda das taxas apontam que a inflação já dá sinais de queda. Mas o ministro encerrou sua exposição em outro tom, ao fazer uma defesa enfática de medidas capazes de restabelecer o crescimento econômico.
"Tenho dito que gostaria que só cometêssemos erros novos na economia. No tocante às responsabilidades do Ministério da Fazenda, se os cometermos buscando o desenvolvimento do país, não seria de lamentar. É preciso correr riscos -calculados e com espaço para reorientações."
Depois, em entrevista, deu exemplos dos erros velhos que não pretende repetir: "O Brasil já fez controle de câmbio, congelamento, tablita, vudu, macumba, tudo. Não podemos esquecer essas experiências". (GUSTAVO PATÚ e PEDRO SOARES)


Texto Anterior: Luís Nassif: Uma carta de princípios
Próximo Texto: BC é competente, diz Meirelles a Alencar
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.