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RECEITA ORTODOXA
Ministro usa analogia médica para justificar manutenção do juro
Não podemos interromper a terapia na metade, diz Palocci
DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) fez ontem uma defesa da prudência da política econômica -que, no caso, pode ser
lida como uma defesa dos juros
do Banco Central- e uma promessa de mais ousadia.
No capítulo da prudência, Palocci usou uma analogia com a
medicina, sua área de formação,
para sustentar a permanência da
receita ortodoxa que reduziu as
cotações do dólar e o risco-país.
"O maior e mais comum dos erros no tratamento das doenças
graves é interrompê-lo na metade, ao primeiro sinal de melhora
do paciente. Quando se procede
assim, a doença recorre com mais
força", disse, no fórum econômico promovido na sede do BNDES.
A frase se encaixa perfeitamente
no debate sobre os juros, dado
que os defensores da queda das
taxas apontam que a inflação já dá
sinais de queda. Mas o ministro
encerrou sua exposição em outro
tom, ao fazer uma defesa enfática
de medidas capazes de restabelecer o crescimento econômico.
"Tenho dito que gostaria que só
cometêssemos erros novos na
economia. No tocante às responsabilidades do Ministério da Fazenda, se os cometermos buscando o desenvolvimento do país,
não seria de lamentar. É preciso
correr riscos -calculados e com
espaço para reorientações."
Depois, em entrevista, deu
exemplos dos erros velhos que
não pretende repetir: "O Brasil já
fez controle de câmbio, congelamento, tablita, vudu, macumba,
tudo. Não podemos esquecer essas experiências".
(GUSTAVO PATÚ e PEDRO SOARES)
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