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Perfil dos novos diretores indica que aperto monetário deve ser mantido
DA SUCURSAL DO RIO
A escolha dos economistas
Afonso Sant'Anna Bevilaqua e
Eduardo Loyo,do Departamento
de Economia da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro), para serem os dois
novos membros da diretoria do
BC (Banco Central) sinaliza que a
atual política do banco, baseada
no aperto monetário para combater a inflação, não será alterada.
"É a certeza da continuidade de
políticas responsáveis", disse José
Márcio Camargo, também economista da PUC-RJ, a respeito da
escolha de Bevilaqua para a Diretoria de Política Econômica, em
substituição a outro professor da
PUC-RJ, Ilan Goldfajn, que ontem pediu demissão. Ele diz que o
mesmo vale para Loyo, convidado a ocupar a atualmente vaga Diretoria de Estudos Especiais.
Em estudo elaborado em agosto
de 2000, em parceria com os economistas Márcio Gomes Pires
Garcia e Áureo N. de Paula, Bevilaqua conclui que, na dúvida, é
melhor subir os juros.
Ele verificaram que a curva de
risco de alguns emergentes não
variava sistematicamente com a
de juros. Mas, mesmo assim, concluíram que, "dado que a maioria
dos países da amostra praticou
políticas monetárias restritivas
diante das crises externas, é razoável, ainda que não obrigatório,
concluir que, caso os juros não tivessem sido elevados como foram, uma deterioração refletida
no aumento do prêmio de risco
seria observada".
Em março deste ano, quando
começou a Guerra do Iraque, Bevilaqua chegou a defender, em declaração ao "Jornal do Brasil", que
os juros deveriam ser mais altos.
Em fevereiro, quando os juros foram aos atuais 26,5%, o "Valor
Econômico" publicou esta declaração de Loyo: "A política monetária não tem efeito sobre a inflação como um passe de mágica".
(CHICO SANTOS)
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