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Governo faz economia
extra de R$ 6,1 bilhões
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo central economizou
entre janeiro e abril R$ 6,1 bilhões
a mais do que havia programado
para o período. As receitas subiram, mas boa parte da queda está
sendo causada por represamento
de gastos em alguns ministérios.
Ontem, o secretário do Tesouro
Nacional, Joaquim Levy, informou que o superávit primário
(receitas maiores que despesas,
exceto pagamento de juros) de
abril foi recorde para o mês e atingiu R$ 9,8 bilhões. A conta inclui
Tesouro, Previdência e BC.
Para os primeiros quatro meses
do ano, o superávit programado
era de R$ 18,8 bilhões, mas o Tesouro obteve R$ 24,9 bilhões. Em
relação ao PIB, o resultado deste
ano é de 4,97%. No mesmo período do ano anterior, era de 4,08%.
O superávit também é maior
que o acertado com o Fundo Monetário Internacional para todo o
setor público (inclui governos estaduais e municipais e empresas
estatais), cuja meta é de 4,25% do
PIB para 2003.
Segundo Levy, os ministérios
deixaram de gastar R$ 2,5 bilhões
que foram liberados no primeiro
quadrimestre. Ou seja, não estão
gastando recursos que sobraram
após os cortes orçamentários
anunciados em fevereiro.
"Os ministérios da área social
estão gastando mais de 90% do
que é liberado, mas existem outros que estão reordenando suas
prioridades, avaliando a herança
que receberam do governo anterior", explicou Levy.
O fato é que o problema de execução já existia no governo anterior. De acordo com o Tesouro,
ministérios que não são da área
social estão deixando de gastar
cerca de 30% dos recursos disponíveis, em média. Levy afirmou,
porém, que o ritmo dos gastos deve aumentar nos próximos meses.
Além da redução nas despesas,
o secretário disse que houve um
excesso de arrecadação de R$ 1 bilhão entre os tributos administrados pela Receita Federal.
Por causa do excesso de arrecadação, o ministro Guido Mantega
(Planejamento) já informou que
uma parte dos cortes orçamentários deverá ser revista nos próximos dias.
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