|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEBRÁS
Mendonça de Barros e Geraldo Quintão se reúnem por mais de oito horas; argumento é que União não foi ouvida
Governo arma estratégia antiliminares
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
O ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) e o
advogado-geral da União, Geraldo
Quintão, comandaram o contra-ataque do governo às liminares que impediam a realização da
assembléia da Telebrás.
Os dois se encontraram ontem
às 8h no gabinete do ministro das
Comunicações e só saíram de lá
por volta das 17h.
Durante mais de oito horas, eles
deram orientações aos advogados
do ministério, da AGU (Advocacia
Geral da União) e da Telebrás.
"Não foi simples", disse Quintão.
A reunião só foi interrompida
para um breve almoço. "Comemos arroz, feijão e frango", revelou Mendonça de Barros.
O ministro e o advogado-geral
da União acreditam que a disputa
judicial em torno da privatização
da Telebrás ainda não acabou.
"Deverão vir novas ações, mas a
firmeza do governo continuará a
mesma", afirmou Quintão.
"Essa parceria com a AGU começou na privatização da Companhia Vale do Rio Doce e se repete
agora, na venda da Telebrás. A
AGU tem a inteligência para responder essas ações", comentou o
ministro.
Argumentos
A argumentação básica do governo foi a mesma em todos os recursos encaminhados: ao expedir
as liminares que suspenderam a
assembléia, os juízes de primeira
instância não deram à União a
oportunidade de opinar sobre o
caso.
"Havia um problema técnico,
pois a União não se manifestou
antes das liminares serem concedidas. Por isso, foi julgada a forma
de concessão das liminares, e não
o mérito das ações", disse Mendonça de Barros.
"Não existe inconstitucionalidade ou falta de legislação específica para a privatização da Telebrás. É por isso que estamos conseguindo cassar as liminares", argumentou o advogado-geral da
União.
Calendário
Com a cisão da Telebrás confirmada pela assembléia, o ministro
das Comunicações reafirmou as
datas previstas para a venda da estatal. O edital de privatização será
publicado na próxima sexta-feira,
e o leilão ocorrerá no dia 15 de julho.
Ele informou que o formato do
leilão já está definido e que esse
modelo será encaminhado na semana que vem à AGU.
"Foram apresentadas 11 alternativas, e escolhemos a mais adequada. A AGU fará uma análise
dessa sistemática para ver se ela
respeita todos os aspectos jurídicos da questão", disse Mendonça
de Barros.
Ele não quis adiantar qual modelo foi escolhido, mas confirmou
que as propostas para a compra
das ações da União serão apresentadas em envelopes fechados.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|